AÇÃO VOLUNTÁRIA - Policiais do Ronda oferecem aulas de violão em áreas de risco de Fortaleza



Quatro policiais são responsáveis por uma mudança de cultura em bairros de situação de risco de Fortaleza. Trata-se de um projeto que leva aulas de violão, de cidadania e de princípios cristãos para crianças de 8 a 18 anos, idealizado pelo soldado Denis Holanda, policial do Ronda do Quarteirão, na capital cearense. Ao todo, cerca de 300 crianças são beneficiadas.

“O objetivo é falar de Deus, princípios, educação e comportamento. Para que eles se aproximem da gente e tentar diminuir a criminalidade nessas áreas”, explica Denis. O projeto funciona nos bairros Tancredo Neves, Barroso e Edson Queiroz. “Queremos mostrar o policial como referência, para que deixem de admirar a imagem de um traficante”, ressalta. Além de Denis, o soldado Milanez e o Cabo Ângelo são responsáveis pelas aulas.

Lotados na Messejana, os militares têm o apoio do Comandante Capitão Camilo Filho, que autoriza a participação deles no projeto. Assim, eles desenvolvem o projeto uma vez por semana em cada bairro. Durante a semana eles divulgam o dia e o local das aulas para que os alunos já saibam onde ir. “Atuamos na prevenção e ostensividade. Nas folgas, a gente dá aulas de violão”, explica Denis.

O projeto existe há seis anos e tem dado resultados positivos, como os de jovens que avisaram aos policiais que iriam parar de frequentar as aulas porque finalmente conseguiram um emprego. “Queremos retirar as crianças de uma situação de risco e fazer com que eles virem cidadãos”, destaca. Os locais onde as aulas acontecem variam entre igrejas, associação de moradores e locais religiosos. 


“Tive essa ideia com o Milanez, quando a gente entrou na polícia. No início do Ronda falava-se sobre uma polícia comunitária, para se aproximar do cidadão. Nós queríamos fazer isso”, explica o PM. O projeto tem apoio do Governo do Estado, que já doou violões para serem usados nas aulas e também permite que os policiais atuem no projeto paralelo como oficiais.

“O violão é só um caminho pra poder chegar a eles”, indica. Todos os gastos são rateados entre a equipe. Segundo o idealizador, durante as primeiras aulas é possível quebrar a imagem de que a polícia só tem repressão e truculência. Já os pais que levam os filhos para os locais das aulas elogiam pois sentem que os filhos são bem cuidados.

“Tem uns que a gente acompanha. Eles entram crianças e depois saem para o mercado de trabalho. A sensação é de missão cumprida, porque é importante ter um acompanhamento fora da escola que complemente o ensino”, estimula. Contente com o resultado, ele espera que o trabalho sirva de exemplo e incentive outras pessoas a verem o lado comunitário da polícia.





Policiais do Ronda oferecem aulas de violão em áreas de risco de Fortaleza

Há seis anos, os policiais dão aulas para crianças e adolescentes de 8 a 18 anos de idade. (FOTO: arquivo pessoal)