Feira de troca solidária movimenta Biblioteca Pública dos Barris

Feira de troca solidária movimenta Biblioteca Pública dos Barris

Roupas, livros, acessórios, pequenos aparelhos, brinquedos, CDs e DVDs, tudo o que está esquecido em um canto da casa poderá ser trocado por outro objeto de utilidade, durante a 3º Feira de Troca Solidária. O evento será realizado nestas quinta e sexta-feira (26 e 27), na Biblioteca Pública dos Barris, em Salvador.


Segundo a coordenadora da feira e do Núcleo Viva de Produção Cultural da Biblioteca, Silvia Dias, a palavra de ordem é desapego. “As pessoas trazem coisas em bom estado mas que precisam desapegar, algo que não serve mais para elas e que pode ser útil para alguém, então a gente troca para ela por fichas. Dez itens valem dez fichas. A pessoa vai circular pela feira e essas dez fichas ela vai trocar, cada uma, por um item do seu interesse”. 

A estudante Ana Liberdade tem nove anos e participou de todas as duas edições anteriores. Os bons hábitos já estão enraizando no seu modo de vida. “Eu acho a feira legal, as pessoas pegam uma coisa que não querem mais e trocam por coisas que elas gostam. Eu trago e troco livros, brinquedos, e fico feliz por ver as pessoas levarem coisas que gostam”.

Para Leda Sacramento, 43 anos, mãe de Ana, a feira contribui na formação da filha. “Contribui no sentido do consumo consciente, a Ana vê que as pessoas às vezes compram coisas que não precisam, então acabam tendo excessos em casa, gerando transtornos inclusive para a natureza. E aqui não é uma compra, é uma troca, é uma relação”.

Arlete Sodré Nunes, gerente de periódicos da Biblioteca, aproveita a oportunidade também como usuária. “Já fizemos uma feira dessas há uns dez anos, e adquiri coisas que uso até hoje. Tem coisas que a gente tem em casa em perfeito estado e que não usa. Por que não passar para quem está precisando? Então, eu adoro a feira, acho que contribui bastante para não consumir tanto sem necessidade”. 

Movimentando o espaço

Leda Sacramento acredita que outro benefício é movimentar a biblioteca. “É um espaço importantíssimo, aqui no centro da cidade, tanto para formação quanto para manutenção da cultura. Ana utiliza muito essa biblioteca, pega livros emprestados. Nem sempre a gente tem um espaço desses”. 

A coordenadora Sílvia destacou que a feira foi criada para, além de incentivar o movimento do desapego, socializar com os moradores do entorno “As pessoas acham que a biblioteca serve apenas para se tomar livros emprestados ou para se estudar e a gente quer mostrar que o espaço tem uma diversidade, há várias ações que são desenvolvidas aqui”. 


Repórter: Raul Rodrigues - ASCOOM Governo da Bahia.