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RIO - O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio e responsável pelo julgamento das ações da Lava-Jato no estado, colocou à disposição da Secretaria estadual de Segurança do Rio (Seseg) 46 blindados da transportadora Trans-Expert. Os veículos estão se deteriorando em um galpão da empresa. O magistrado encaminhou um ofício nesta sexta-feira ao secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, comunicando sobre a disponibilidade dos blindados.
'Banco paralelo' que operava 'caixinha da Fetranspor' tinha caderneta de poupança clandestina
- Saldo de contas de Cabral chegou a US$ 120 milhões, dizem delatoresinformar a este juízo, com a maior brevidade possível, quais pretende utilizar, identificando-os. Informados os veículos sobre os quais há interesse da SESEG, proceda-se à sua avaliação, registrando-se o estado em que se encontra cada qual, inclusive com fotografias", escreveu o magistrado.
A disponibilização dos blindados ocorre num momento delicado para a segurança do Rio, com altos índices de violência e com o envio de tropas federais para o estado, há uma semana.
De acordo com investigações da força-tarefa da Operação Lava-Jato, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e seu grupo contavam com um “banco paralelo” para movimentar o dinheiro da corrupção. Esse papel era desempenhado pela transportadora Trans-Expert Vigilância e Transporte de Valores, que tinha um cofre no bairro de Santo Cristo, no Rio, usado para guardar e distribuir o dinheiro do grupo. O nome da transportadora Trans-Expert também foi citado em delação pelo doleiro Álvaro José Novis, como uma das empresas que recolhiam dinheiro de propina paga pelas empresas de ônibus a agentes políticos, num esquema investigado na Operação Ponto Final.
O delegado Vinicius Ferreira Domingos, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), havia pedido em junho da Bretas que dez veículos blindados da Trans-Expert ficassem como patrimônio para o estado. Virariam, na prática, caveirões. Na solicitação, o delegado alegou que o governo se encontra em grave crise financeira e fala sobre o "estado de guerra urbana" da cidade.
No documento enviado ao juiz, o delegado afirma que a empresa está abandonada, assim como seus veículos, que estão no galpão da transportadora, onde há usuários de drogas e moradores de rua. Por isso, Domingos pede a Bretas que ele considere a possibilidade de que os carros-fortes ficarão destruídos ou serão saqueados em pouco tempo e que há uma carência de blindados à disposição do Departamento de Polícia Especializada.
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