Jurivaldo Alves da Silva, folheteiro

Nos últimos dez anos, Jurivaldo Alves da Silva, que prefere ser chamado de folheteiro e não de cordelista, montou uma coleção de mais de quatro mil títulos deste tipo de literatura – uma das maiores que se tem conhecimento. E pretende fundar um museu. Os folhetos estão guardados numa chácara, onde, se dependesse da sua vontade, já estava montado e aberto à visitação pública de admiradores das rimas e de estudiosos do tema. Esbarrou nas dificuldades financeiras. Na ponta do lápis, as contas são mais difíceis de fechar do que uma sequência de rimas. A concretização do sonho vem sendo adiada.

No seu acervo constam folhetos centenários, verdadeiras relíquias, como “A história da donzela Teodora”, do paraibano Leandro Gomes de Barro, considerado o pai do cordel no país, que diz ser a primeira publicação do gênero, e “História de Zezinho e Mariquinha”, outro clássico é a “Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho”, de Firmino Teixeira do Amaral, publicado em 1916. Outros são “Proeza de João Grilo”, “Cavalo que defeca dinheiro” e “Enterro da cachorra”, de João Pereira de Lima, nos quais Ariano Suassuna se inspirou para escrever a renomada peça teatral “Auto da Compadecida".
Depois de percorrer o sertão vendendo os folhetos, ele parou em Feira de Santana, montou uma barraca na praça da Bandeira, onde ficou por anos – e se tornou um referência na cidade, e hoje de montou um banca no MAP (Mercado de Arte Popular). Disse que sentiu que na cidade faltava um local onde o cordel fosse a principal atração. E tem um público fiel.

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