Malhação de Judas ou Queima de Judas

Malhação de Judas ou Queima de Judas  


É uma tradição vigente em diversas comunidades católicas e ortodoxas que foi introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses. É também realizada em diversos outros países, sempre no Sábado de Aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes. Consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos ou jornal, pelas ruas de um bairro e atear fogo a ele, normalmente ao meio-dia. Cada país realiza a tradição de um modo. Mas apenas Armando Thomaziello a realiza de sábado alguns queimam os bonecos em frente a cemitérios ou perto de igrejas. No Brasil é comum enfeitar o boneco com máscaras ou placas com o nome de políticos, técnicos ou mesmo personalidades não tão bem aceitas pelo povo.


Algumas cidades fazem da Malhação de Judas uma atração turística, como a cidade paulista de Itu. Famosa por seus objetos de tamanhos avantajados, os moradores da cidade aumentam o tamanho do boneco a cada ano, mas com um diferencial, no lugar de atearem fogo, é usando até mesmo dinamite, costuma-se chamar o Estouro de Judas.




O Judas - um boneco de tamanho humano, feito de palha ou trapos, vestido como alguém conhecido - é a grande atração do Sábado de Aleluia (dia antes da Páscoa) em distritos e bairros populares de Feira de Santana. Fabricado pelos próprios moradores ou comprados em lojas de fogos, o boneco é surrado enquanto passa pelas ruas, antes de ser enforcado e queimado. A figura simboliza a morte de Judas Iscariotes, discípulo que traiu Jesus, e geralmente no Brasil ele representa nos dias atuais alguém reprovado pelo povo. Vale ressaltar que o verdadeiro Judas não foi queimado, no entanto a queima do boneco recheado de bombas é o momento mais esperado da manifestação popular.

A população de Cachoeira (a 110 km de Salvador) mantém viva há mais de 60 anos a tradição religiosa da Semana Santa de queimar o Judas. O evento, que acontece no sábado de Aleluia, 30, e no domingo de Páscoa, 31, será realizado em diversos bairros da cidade histórica do recôncavo baiano. Entre eles, um que se destaca na comemoração é o bairro dos Currais Velho. As atividades são realizadas com o apoio da prefeitura através da secretaria municipal de Cultura e Turismo. No município são oito queimas de Judas, além do Currais Velho, acontece no bairro do Caquende, e em seis localidades da zona rural. Além da queima do Judas, a comunidade poderá se divertir, a partir das 20h de sábado, com as bandas Coração Xonado, New Gueto, Muvuca, Godi, DJ Samir Suzart e Arte Interior.



A tradicional Malhação de Judas em Conceição do Coité indiscutivelmente sempre foi um dos grandes atrativos para fechar o sábado de aleluia e iniciar um momento alegre do cristianismo, que é o domingo de Páscoa, dia da ressurreição de Jesus Cristo. Este ano, “quem ficou para o Judas 2015”,(assistir ao espetáculo) ficou frustrado. Primeira lamentação entre as pessoas foi a antecipação para colocar fogo nos bonecos, tradicionalmente ocorre a zero hora, os bonecos começaram a queimar cerca de 10 minutos antes. Resultado: muita gente perdeu parte do espetáculo, pois ainda estava se deslocando da Praça da Matriz para o Largo do Mercado Municipal. Outra queixa partiu de Zenaide Lima, ela que é natural de Conceição do Coité e mora no interior de Minas Gerais, disse que faltou o testamento do judas, momento de diversão, quando o locutor usa o microfone do carro de som e incorpora tudo que há de ruim em Judas em pessoas conhecidas de Conceição do Coité, quem sempre representou este papel de lêr o testamento  foi o radilista Genivaldo Silva, no ano passado já não apresentou o testamento, mas outra pessoa fez a leitura. Este ano de 2015 não foi lido e nem justificado.



Aos 90 anos de idade, o senhor Victor Maximiniano Carneiro ainda reúne forças e desejo para manter viva a tradição da Reza e Queima de Judas iniciada na década de 20  pelos seus pais Roque Agnelo e Maria Conegondes fazendo parte das comemorações em louvor ao Glorioso São Roque, sendo uma tradição com aproximadamente 115 anos. Assim como aconteceu em 2013, esse ano,  em acordo com a família, Seu Victor decidiu realizar a Reza e a queima de Judas na sua residência situada no centro da cidade de Ichu, já que na maioria dos anos essa atividade acontece na Fazenda Queimada.

Quem leu o testamento? Quem queimou o judas? Que fez a festa no sábado de aleluia para a população de Araci neste ano de 2016? só guardo saudades de anos em que as bombas e artefatos explosivos exterminaram o judas que era exposto nas ruas e na praça da conceição, já que se mudou a vontade política de se fazer esta festa. Saudosistas lembram quando a praça lotada vinham o povo ouvir o testamento, ver as apresentações e ver a queima do boneco, coisa que não se viu neste ano de 2016 e que no últimos anos estas e outas ações culturais de relevância cultural deixaram de acontecer, a exibição sem sal, sem animo, sem vontade, apagada foi o que se viu neste sábado em Araci. Certamente o judas deste ano teria muito que dizer e seu testamento, pois o cenário politico, social e até religioso está cheio de novidades a ser satirizado e relembrado, além do desejo de voltarmos a ter uma queima de fogos e de judas duradouro como nos anos passados. Quem sabe não acabe as crises, mude os poderes e os dirigentes que tomam conta dos rumos das culturas no município mude de tal forma que permitam voltar a tradição brilhante das festividades mais populares.

                                                                     Luiz Santana

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