Cultura baiana é exaltada com roda de samba na cerimônia de encerramento da Olimpíada do Rio

As Ganhadeiras de Itapuã e a cantora Mariene de Castro deram o tom baiano à festa no Maracanã 

Chuva. Vento. Frio. Nada tirou a beleza da cerimônia de encerramento do Rio-2016 - a 31º edição dos Jogos Olímpicos - realizada ontem à noite, no Maracanã. A primeira Olimpíada disputada na América do Sul terminou depois de 17 dias de competições com um show que destacou a cultura brasileira, assistido de perto por integrantes das 207 delegações esportivas. A do Brasil teve como porta-bandeiras o baiano Isaquias Queiroz, primeiro brasileiro a ganhar três medalhas na mesma edição dos Jogos.

Os atletas entraram juntos, fazendo um desfile colorido e animadíssimo, embalado pelo som da pernambucana Orchestra Santa Massa, liderada pelo DJ Dolores, que misturou música eletrônica com ritmos nordestinos, em uma festa mais brasileira do que carioca, como foi a da abertura.


A Bahia foi representada na cerimônia - que durou cerca de duas horas e meia - pela cantora Mariene de Castro interpretando Pelo Tempo que Durar, de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, e também pelas Ganhadeiras de Itapuã. O grupo de samba de roda entoou Mulher Rendeira, enquanto uma trama da arte centenária surgia no centro do gramado. O momento foi aplaudido de maneira inusitada pela delegação da Grã-Bretanha, que usou tênis com luzes de LED para as palmas.







Chama olímpica é apagada ao som de Mariene de Castro e marca fim da Rio 2016 (Foto: AFP) 



O Nordeste continuou dando o tom da celebração na arte no barro de Mestre Vitalino, representada por bailarinos do grupo mineiro Corpo; com os voluntários vestidos de bonecos de barro dançando ao som de Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; e com o compositor pernambucano Lenine, que cantou Jack Soul Brasileiro, música que exalta a multiplicidade cultural.





A festa foi encerrada com o encontro do carnaval de rua com escolas de samba do Rio. A atriz Leandra Leal puxou o Cordão da Bola Preta enquanto a top Izabel Goulart encarnou uma bela passista.







Cultura brasileira foi exaltada durante a festa de encerramento dos Jogos (Foto: AFP) 



O acolhimento do povo brasileiro, em particular do carioca, foi destacado no discurso do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach. “O Rio-2016 deixou um legado. A história vai falar de um Rio de Janeiro antes e depois dos Jogos Olímpicos”, disse para depois anunciar um prêmio inédito: a Taça Olímpica, entregue a seis membros de programas educacionais e sociais que o COI apoia.


O Brasil se despede em 13º lugar no quadro de medalhas, com 19 no total: sete de ouro, seis de prata e seis de bronze. É a melhor participação nacional na história olímpica. As medalhas de ouro foram conquistadas no futebol, vôlei, vôlei de praia, boxe, vela, judô e atletismo (salto com vara). 








Encerramento lotou estádio do Maracanã

(Foto: AFP) 



Tóquio-2020Ao final da cerimônia, o Rio de Janeiro passou a bandeira olímpica para Tóquio, próxima sede dos Jogos, em 2020. A cidade japonesa fez uma bela apresentação, que durou oito minutos e destacou as modalidades que integram o evento, inclusive os cinco novos esportes que passam a fazer parte da competição: beisebol (junto com o softbol, versão feminina do esporte), surfe, skate, caratê e escalada.



Paralimpíada De 7 a 18 de setembro, o Rio vai sediar a Paralimpíada, com a presença de 4.350 atletas de 178 países competindo em 22 modalidades. A delegação brasileira vai participar com 279 atletas.