Jurivaldo Alves da Silva: orgulho de ser cordelista

Durante 15 anos, Jurivaldo Alves da Silva manteve um ponto de venda de livretos de cordel em frente ao Mercado de Arte Popular, no centro de Feira de Santana.
Teve que deixar o local, por determinação do governo municipal. Mas ninguém pense que isso o esmoreceu para deixar a atividade. Pelo contrário.
Nem parece ter 67 anos. O entusiasmo ainda é o mesmo de quando tinha 12 anos e começou como folheteiro. “Rodolfo Cavalcante declamava e eu decorava”, lembra o cordelista, que tem apenas instrução primária. Na época inicial, conta, tropeçava em algumas palavras, mas com o tempo foi aperfeiçoando a leitura pela prática.
O cordel “E a terra vai brilhar outra vez com a vinda do Cometa Kohoutek”, de Rodolfo Coelho Cavalcante, lançado em 1973, mudou a vida de Jurivaldo, que foi vender a produção na cidade de Juazeiro. O sucesso foi tão grande que deu até para casar com Maria do Carmo Oliveira da Silva.
Jurivaldo fala do cordel com uma mistura de amor e orgulho. E foram esses sentimentos que transmitiu à filha, Patrícia de Oliveira Silva, hoje com 38 anos, professora “e uma das 10 melhores cordelistas do Brasil”, diz, completando que ela já foi até premiada pela Academia Brasileira dos Cordelistas. Atualmente trabalham juntos, texto e capa dos livros.
“Já vendi cordel até para francês”, conta, lamentando que a ex-senadora Marina da Silva o procurou quando esteve em Feira para comprar um livro sobre meio ambiente e não o encontrou. Ainda está em tempo. Quem sabe da próxima vez.