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CANDOMBLÉ – ORIGEM, SIGNIFICADO E FUNCIONAMENTO

CANDOMBLÉ – ORIGEM, SIGNIFICADO E FUNCIONAMENTO

Foto 1 – O Orixá guía de cada pessoa é identificado por um pai ou mãe de santo experiente. Isso acontece por meio de percepções sensitivas.  Fonte – Black Women of Brazil
  
O termo candomblé tem origem banta, tendo como raiz o quimbundo kiamdomb ou quicongo ndombe, ambos significando “negro”, tornaram-se sinônimo e referência genérica de diferentes expressões de religiosidade de matriz africana, exceção feita à Umbanda cuja origem intensamente sincrética a situa em outra categoria de estudo e observação. Segundo Nei Lopes, sambista, compositor popular, escritor e estudioso das culturas africanas, o candomblé é o “nome genérico com que, no Brasil, se designam o culto aos orixás jeje-nagôs e algumas formas derivadas, manifestas em diversas ‘nações’. Por extensão, celebração, festa dessa tradição, xirê; comunidade-terreiro onde se realizam essas festas. A modalidade original consiste em um sistema religioso autônomo e específico que ganhou forma e se desenvolveu no Brasil, a partir da Bahia, com base em diversas tradições religiosas de origem africana, notadamente da região do golfo da Guiné”.

Foto 2 – Ilustração que representa Oxóssi, orixá das caças e protetor dos animais. Créditos Ilé Odé



Nesta religião afro-brasileira são feitas homenagens aos antepassados com festas, comidas e os objetos que os representam. As divindades homenageadas nos rituais dos terreiros são antepassados queridos que foram importantes para a existência dos adeptos do candomblé no presente. Nesta religião acredita-se nas energias e durantes as homenagens são feitos pedidos de revitalização das energias destes antepassados nos praticantes do candomblé. Assim acontece o transe da incorporação da energia das divindades celebradas nas pessoas que são iniciadas e fazem parte de famílias do terreiro.
 
Foto 3 – Ilustração que retrata os Inkisis, encarnações de forças naturais. Nas casas de candomblé de Angola, cada Inkice é dotado de poderes específicos e características de temperamento próprias. Créditos: Página Inkisi 

 Simbolicamente a representação da energia em movimento é feita pelas danças circulares. Para tudo se dança nas culturas de base africana, tanto na alegria, como na tristeza, uma vez que a dança tem o feitio de teatro que pode contar histórias e narrar mitos. Por isso, as divindades ancestrais homenageadas são representadas com seus trajes e símbolos da sua época. Por exemplo, em uma festa de Yabás, a filha de Oxum, no geral, é vestida, paramentada com trajes amarelos e dourados, usa pulseiras douradas e leva um espelho em uma das mãos. As cores das roupas, as pulseiras e o espelho são os símbolos deste orixá que representam a beleza, prosperidade e a vaidade que geralmente, fazem parte da mitologia sobre Oxum. Assim, esta tradição se reproduz e ganha força na religião do candomblé.
Foto 4 – Desenho que mostra um pouco do culto dos seguidores do Candomblé, que entre outras coisas, acreditam na continuidade da vida por meio da força vital. Foto: Almanaque AC2B
  
Para as sociedades africanas de culto aos orixás existe apenas um ser supremo, criador de tudo que existe. É como uma mãe sem limites em sua bondade. Para essas sociedades existem apenas o céu e a terra, e todas as pessoas quando morrem vão para o céu. Na visão africana, não existe, como na europeia, o inferno ou outro lugar. Desta maneira para os africanos que cultuam os orixás todos os seres estão salvos, em função da grande bondade da criação. Neste olhar, também não é aceita a presença de outros seres que competiriam com a força criadora, por isto não existe a figura do diabo ou satanás.

Foto 5 – Desenho que nos dá uma ideia do culto dos orixás. Fonte: Reprodução 


A religião do Candomblé trabalha os problemas da vida na terra, da felicidade dos seres e da preservação das forças da natureza neste mundo. Neste sentido são religiões terrenas preocupadas com a conexão entre o passado, presente e futuro dos seres da natureza na terra.