Ministro da Cultura indica que mudanças serão realizadas na Funarte

Segundo Marcelo Calero, fundação perdeu sua capacidade de investimento e operacional, e os servidores estão desestimulados
O chefe da pasta da Cultura, Marcelo Calero, afirma que quer um Ministério profissional, exonera funcionários que não eram do quadro e anuncia que vai "refundar" a Funarte. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em Genebra, enquanto participava de reuniões na Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Calero indicou que mudanças serão realizadas na Funarte. Mas, questionado sobre o que vai ocorrer com a entidade, ele apenas disse: 


– Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Precisa passar por um processo de refundação. Ela perdeu sua capacidade de investimento, sua capacidade operacional, os servidores estão desestimulados. Portanto, é um processo que estamos lidando a várias mãos e liderado pelo presidente da Funarte e comigo.


– Estamos juntos com a Casa Civil trabalhando para formular algumas opções para apresentar ao presidente Michel Temer – ressaltou.


Questionado sobre o prazo dessa reforma, ele indicou que não poderia dar uma data.


Calero explicou também sua gestão, alvo de duras críticas por parte do setor cultural brasileiro.


– Trouxemos o Ministério da Cultura para o século 21. Tratamos de fazer com que essa estrutura refletisse as novas realidades da cadeira Cultura, que sublinhasse a cultura como eixo estratégico do desenvolvimento socioeconômico do Brasil – explicou.


Ainda em julho, ele exonerou 81 funcionários de cargos comissionados. Mas ele já negou qualquer tipo de perseguição política.


– O que fizemos foi atender às demandas da sociedade por um serviço público cada vez mais eficiente– justificou. – Nesse sentido, de fato exoneramos funcionários que não pertenciam aos quadros do Ministério da Cultura – explicou.


Calero, um diplomata concursado, diz que leva ao Ministério da Cultura a tradição do Itamaraty de ter 99% dos cargos de confiança ocupados por funcionários de carreira.


– Ainda não foi possível atingir esse número de 99% no Ministério da Cultura. Mas já conseguimos atingir entre 60% e 65% de cargos de confiança sendo ocupados por funcionários de carreira – afirmou.


O ministro garante que não vai se concentrar em simplesmente trocar os cargos de confiança para dar a seus aliados. Ele admite que, em alguns casos, especialistas foram levados para Brasília.


– Mas estamos iniciando um movimento para que, no futuro, todos esses cargos sejam ocupados por pessoas de dentro do Ministério – concluiu.


* Estadão Conteúdo