ABANDONADO: Museu do Sertão de Monte Santo: Onde está o Acervo?

ABANDONADO: Museu do Sertão de Monte Santo: Onde está o Acervo?
Depois de três anos de portas fechadas, responsáveis podem responder criminalmente sobre o desaparecimento das peças do acervo histórico.
Há pouco mais de 3 anos o Museu do Sertão de Monte Santo foi fechado, da noite para o dia, por determinação da então atual Administração Municipal e segundo informação, o ato foi necessário para fins de reforma e melhoria das instalações pois o mesmo estava com risco de desabamento, a ideia era melhorar e tornar o museu uma referência cultural e possibilitar aos turistas que por aqui passam, ter acesso a informações e a um acervo de grande importância histórica e cultural com mais qualidade e segurança, especialmente o acervo que trata da Guerra de Canudos,  possuindo o Museu um grande número de itens que se referem às manifestações artísticas do Nordeste Brasileiro, porém, faltando praticamente 40 (quarenta) dias para o final da Gestão do Prefeito Jorge José de Andrade, a Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer bem como seus eventuais Departamentos, ainda não se manifestaram sobre o local onde se encontra o ACERVO do MUSEU DO SERTÃO, caso tenha sido removido e guardado em outro local seguro ou se esse acervo continua no prédio fechado e mais: se todo o acervo continua sob guarda municipal.
A Lei é clara e define sobre a responsabilidade do acervo no artigo nº 15/2011 que dispõe sobre Alteração da Organização Administrativa da Prefeitura Municipal de Monte Santo, sua estrutura e dá outras providências,  na Seção VI do Capítulo II, exatamente em seu artigo 9º dispõe que a "Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer"  tem por finalidade formular, coordenar e executar as funções do Município em matéria de Educação, cultura, esporte e lazer, competindo-lhe portanto a responsabilidade descrita no inciso XVI – "Proteger o patrimônio cultural, artístico, histórico e natural do Município". assim a responsabilidade de recuperação proteção e até de responder criminalmente sobre o desaparecimento das peças de um patrimônio de suma importância para nossa cidade, recai sobre quem de direito deveria manter a guarda e vigilância.
Simplesmente fechar um Museu sob o pretexto de reforma e abandonar fechado, se deteriorando, sem vigilância já caracteriza descaso, mas já que a reforma mesmo que simples poderia ser muito bem feita com recursos próprios da atual gestão, mas que de forma arbitrária preferiu deixar todo esse tempo o museu fechado a fim de "forçar" o Governo Municipal ou o Iphan a providenciar verba para tal reforma,  pergunta-se: Por quê não foi providenciado então durante este período um outro local na Cidade para abrigar o acervo possibilitando visitação pela população e os turistas que por três anos vieram visitar a cidade principalmente no período da Festa de Todos os Santos e frustrados encontraram o museu de portas fechadas, prejudicando assim um grande atrativo de turistas e consequentemente o comercial local tendo em vista que a cidade tem como seu principal meio de renda externa justamente o turismo?


Não se pode negar que a preservação do Museu se deu de forma impecável, durante o período em que esteve sob a Direção do Artista Plástico Hildegardo Cordeiro Amador Pinto, mais conhecido por “Dedega”. O amor à arte e a dedicação a tudo que se propõe a fazer trouxe uma vida a tudo o que parecia inerte naquelas “peças de museu”. Para deleite dos turistas, “Dedega”, profundo conhecedor de cada item do acervo, dava vida àquela casa, contando com detalhes o significado, a origem, a história e a importância de tudo o que ali estava à mostra. Para “Dedega” cada item não era uma “peça de museu”, mas um pedacinho de manifestação, de história e cultura de um povo, a nossa gente brava nordestina, há de se reconhecer também a grande contribuição que o ex prefeito de Monte Santo Dr Ariston Correia de Andrade, um grande visionário e que foi o incentivador da base cultural e histórica do nosso município, responsável por trazer a cidade em sua gestão grandes personalidades histórica como Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Elba Ramalho que em suas visitas e receptividade calorosa sempre deixavam um objeto de lembrança no Museu do Sertão foi assim com o Rei do Baião que por aqui deixou sua famosa sanfona e que hoje ninguém sabe onde foi parar.