Trabalhar como canteiro é uma arte, viver dessa arte é um desafio, diz Historiador

O historiador Cláudio Gonçalves Mattos, aponto em seu trabalho “O TRABALHO DOS CANTEIROS DE SANTA LUZ E AS SUAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO” em 2009 a atividade de canteiro como sendo umas das principais fontes de renda dos munícipes de Santaluz, fator que ainda pode ser apontado hoje.
Segundo o memorialista Nelci Lima da Cruz, a exploração de pedra na região de Santa Luz teve início antes mesmo da emancipação do município. No final do século XIX e início do século XX, a exploração de pedra para fazer paralelepípedos já era realizada no município e o transporte era feito em carroças com tração animal até a estação ferroviária, de onde os paralelepípedos eram transportados de trem para outras cidades da Bahia.
Apesar de ser uma das principais fontes de renda da população, a maioria dos trabalhadores da pedra encontra-se na informalidade, ou seja, não tem carteira assinada. A pedra de granito extraída em Santa Luz ainda é totalmente trabalhada no local de extração, nas chamadas pedreiras, onde é transformada em laje, meio-fio, paralelepípedos, principal produto vendido para calçamentos de várias cidades, especialmente do interior da Bahia.
O artesanato na pedra, trabalho realizado por moradores da cidade, como a família Boaventura,  é reconhecido internacionalmente. A exploração e transformação da pedra de granito constituem-se em uma importante fonte de renda da população luzense.
A produção semanal de paralelepípedos em Santa Luz, em 2009 chegou a um milhão e duzentos mil paralelos por mês, o que deu Santa Luz a posição de maior fornecedora deste tipo de produto no Estado da Bahia. No entanto apesar da grande produção o baixo custo de revenda e a forma de pagamento dificultam a vida dos canteiros.
Dificilmente o canteiro recebe sua produção à vista, o “vale” é uma alternativa que os compradores de pedra usam para pagar ao canteiro. Mesmo que estejam precisando do dinheiro o canteiro é obrigado a aceitar o vale e, muitas vezes, trocá-lo com outros comerciantes que cobram uma taxa diminuindo ainda mais o valor do trabalho duro na extração da pedra.