- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Três internos da Fundação Casa estão na final
da Olimpíada de Matemática
Jovens
que estão na unidade de Araraquara (SP) querem voltar para escola.
Para coordenadora pedagógica, prova mostra que adolescentes são capazes.
Para coordenadora pedagógica, prova mostra que adolescentes são capazes.
Nesta quarta-feira (16),
quando ligarem para casa, Lucas*, de 13 anos, e Ricardo, de 17, vão ter boas
notícias para contar. Os dois pretendem usar a ligação à qual têm direito na
Fundação Casa de Araraquara (SP)
para avisar mães e namorada que foram aprovados para a segunda fase da
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) após realizarem
a prova no último sábado (12).
Como eles, Maurício, de 16
anos, também não contou a novidade à família. Vai avisar a mãe na visita de
domingo (20) e sabe que ela ficará feliz. “Quero continuar estudando para ser
alguém na vida, senhora”, afirmou o rapaz, que está na instituição pela
terceira vez, todas por tráfico de drogas.
O trio integra o grupo de
nove internos da unidade aprovados para a segunda fase da prova. Seis já
deixaram o local e os três que permanecem, com saída prevista para os próximos
dias, querem levar para fora o que aprenderam. “Vou voltar para a escola”,
disse Lucas, que traficava desde os 11 anos e está no local pela primeira vez.
Cursar direito
“Quero realizar meu sonho”, contou Ricardo, na fundação pela terceira vez, a primeira por lesão corporal e as outras duas por tráfico. Ele afirmou que, como os irmãos, quer fazer faculdade e pretende cursar direito. “Se os outros conseguem, por que a gente não?”, questionou. “Eu consigo ir além”.
“Quero realizar meu sonho”, contou Ricardo, na fundação pela terceira vez, a primeira por lesão corporal e as outras duas por tráfico. Ele afirmou que, como os irmãos, quer fazer faculdade e pretende cursar direito. “Se os outros conseguem, por que a gente não?”, questionou. “Eu consigo ir além”.
Os três afirmaram que antes
da última apreensão não estavam frequentando a escola. Lucas revelou que não
gostava de ir para as aulas, que uma vez foi suspenso e nunca mais voltou,
preferia ficar com os amigos. Ricardo contou que também ficava com "más
companhias" e Maurício lembrou que, mesmo com os conselhos da mãe e da
avó, não queria estudar.
Na unidade, porém, eles não
têm outra escolha. A frequência nas aulas é fundamental para a progressão da
medida sócio-educativa e, segundo Maurício, ajuda a fazer o tempo passar mais
rápido. Também mostra outras possibilidades. “Vi que é bom estudar. Quero fazer
engenharia”, disse Lucas, para alegria do professor Hugo Tortorelli.
Responsável pela disciplina
de matemática, ele afirmou que esse interesse é o maior retorno. “O mais
importante não é a olimpíada, é voltar a estudar. Se, de cada 100 alunos, cinco
permanecerem na escola lá fora, já me sinto realizado”, afirmou.
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos