VIVA A CONSCIENCIA NEGRA!

 
VIVA A CONSCIENCIA NEGRA!
No dia da Consciência Negra da Feira da Produção Familiar, da Vila C, vai ter oficina de Maracatu pra comunidade e região.
Maracatu é uma manifestação cultural afro-brasileira que envolve musica, dança e teatro. Ele surgiu no estado de Pernambuco, tem sua origem ligada à religiosidade afro-brasileira, e é reconhecido como patrimônio cultural imaterial brasileiro. Essa atividade nasce do desejo de fomentar a criação de um grupo de Maracatu no bairro Vila C. É só chegar e somar com a gente, dia 20 de novembro das 8h às 12h.
E não poderia faltar O AFOXÉ OGÚN FÚNMILAIYÓ, O Afoxé da cidade de Foz do Iguaçu, desde 2012, promove expressões artísticas com o intuito de valorizar a cultura afro-brasileira e honrar suas raízes. 
Durante a Feira da Produção Familiar estaremos realizando entre outras atividades um Sarau Afro. Um espaço aberto para compartilhamento de vozes, memórias de luta e resistência do povo negro. Tragam sua poesia, seu dizer, seu ecoar, sua denúncia. Sua voz e rebeldia. 
O espaço estará aberto para intervenções individuais ou coletivas que expressem olhares, experiências, memórias e a luta diária da negritude. Celebraremos a coragem, a rebeldia de nossa gente negra que segue resistindo, reivindicando e lutando contra o racismo e genocídio da população negra. Ressoaremos vozes de liberdade, cânticos de guerra e dizeres de esperança. Venham celebrar a luta e a memória de guerreiras e guerreiros negros que seguem vivos em nossa militância e pulsantes em nossas veias.
Para Brasileiros, herdeiros da ancestralidade africana, o turbante representa um dos símbolo da história do povo negro, das crenças e principalmente da valorização da beleza e cultura. E é com alegria que anunciamos a Oficina de Turbantes com a maravilhosa Janaína Jesus Lopes Santana. 
Se possível, tragam seus tecidos preferidos para essa grande aula de negritude e empoderamento.Tirando de Letra na Feira da Vila C:
A Guatá vai expor duas de suas exposições volantes. A primeira reúne imagens cotidianas do movimento hip hop pauistano, colhidos por Angélica Pereira, mediadora de leitura do Tirando de Letra. A segunda mostra tem como componentes reproduções de registros fotográficos da escravidão no Brasil e poemas de autores afrodescendentes que marcaram sua obra pela denúncia da discriminação racial no país.
Acompanha as exposições uma banca de leitura, composta de revistas Escrita, panfletos literários e adesivos poéticos de distribuição gratuita. Entre estes, os alusivos ao combate ao racismo.
Século XIX, chegada de navio com pessoas africanas que serão escravizadas no Brasil. (Autoria: Marc Ferrez.),
Olhaaa o coco meu povo.... 
O dia da Consciência Negra da Feira da Produção Familiar da Vila “C” contará com a presença do grupo musical Coco da Macaíba, que tem levado a cultura popular, surgida no Nordeste brasileiro, dentro dos quilombos, para a população da fronteira e região através da música, dança e da pisada que e característica do ritmo. Traga seu requebrado e venha dançar com a gente na pisada do coco.
No dia 20 de NOVEMBRO, a Feira Popular da Produção Familiar junto com a comunidade da Vila C tem a felicidade de convidar a todos(as), moradores(as) do bairro e região, para celebramos juntos o DIA da CONSCIÊNCIA NEGRA.
Um dia que marca a luta de nossos ancestrais negros, que resistiram e subverteram as correntes de dominação.
No dia 20 de Novembro, juntos, façamos ecoar as vozes de luta, rebeldia e resistência negra, que seguem pulsando em nossas veias e na América Latina.
Contamos com a presença de TODXS!

Venha somar com a gente!
Celebrar também é resistir.
Vozes
A voz de minha bisavó ecoou
criança
nos porões do navio.
Ecoou lamentos
De uma infância perdida.
A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo.
A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
No fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela.
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e fome.
A voz de minha filha
recorre todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.

A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato.
O ontem - o hoje - o agora.
Na voz de minha filha
se fará ouvir a ressonância
o eco da vida-liberdade.
Conceição Evaristo
In Cadernos Negros, vol. 13, São Paulo, 1990.