Alegria e emoção marcaram a sessão de entrega da Comenda Dois de Julho a Margareth Menezes

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A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), concedeu a Comenda 2 de Julho a cantora Margareth Menezes, na manhã desta quinta-feira (01). A sessão especial foi aberta pelo presidente Marcelo Nilo, e contou com a presença de autoridades e representantes de diversos movimentos sociais ligados à cultura e aos direitos humanos.
A Comenda 2 de Julho é uma honraria instituída na Assembleia, para homenagear personalidades que têm um papel de destaque no cenário político e contribuem com a cidade e a sociedade de uma forma geral. A proposta da homenagem, feita pela deputada Fabíola Mansur (PSB), se deve ao trabalho de destaque de Margareth, não como artista, mas como ativista cultural e social, a exemplo da Associação Fábrica Cultural, uma entidade sem fins lucrativos, que tem o objetivo de desenvolver projetos nas áreas de educação, cultura e produção sustentável.
A deputada Fabíola Mansur começou seu pronunciamento lamentando a redução de verbas nas pastas da Cultura, na Mulheres e na Sepromi. “Essas secretarias deveriam ser potencializadas, imagino a dificuldade desses secretários frente a essas pastas”, declarou ela. Que em seguida pediu um minuto de silêncio para exaltar a memória das vítimas da tragédia com o avião do time da Chapecoense e em homenagem a solidariedade manifestada no Brasil, na Colômbia e em todo o mundo, diante do fato.
“Estamos homenageando não só a cantora, a produtora cultural, reconhecida como uma das maiores artistas do nosso país, mas a ativista social, que sempre levou sua arte para enaltecer os direitos humanos e o combate a todo e qualquer tipo de preconceito e violência”, descreveu a parlamentar. Admiradora do projeto Fábrica Cultural, Fabíola Mansur justificou a homenagem dizendo, “o trabalho é realizado com respeito à condição humana e as identidades locais, promoção da autonomia, através do fomento ao conhecimento transformador, compromisso com as pessoas e com o desenvolvimento local sustentável e produção de experiências emancipatórias para pessoas e localidades, como é o caso do seu mais novo programa, o Mercado Iaô”.
Durante a sessão, também foi apresentado um vídeo com depoimentos amigos, familiares, colaboradores do projeto Fábrica Cultural e da própria Margareth, sobre a história da instituição e do trabalho realizado por ela ao longo dos anos.
Em seu discurso, Margareth Menezes agradeceu a presença de todos e as homenagens recebidas, contou sua história de vida, desde o seu nascimento na Península Itapagipana e relembrou momentos importantes de sua trajetória profissional, inclusive como ativista social. “Eu venho ao longo desses anos de carreira e de vivência, aprendendo a melhorar como ser humano, sobre a gente aprender a ajudar o outro e compartilhar algo com o próximo. Então, quero agradecer e dizer que a gente consiga atravessar esse momento em que o nosso país está, porque as demandas do povo devem vir em primeiro lugar e juntos podemos transformar esse país”, concluiu a homenageada.
O presidente Marcelo Nilo parabenizou a iniciativa da deputada Fabíola Mansur, a quem ele classificou como uma das mais aturantes, e enalteceu as qualificações da artista. “Margareth Menezes já foi homenageada muitas vezes, mas tenho certeza da sua felicidade por receber essa honraria na sua terra. Nós aqui representamos 11 milhões de baianos e nos sentimos honrados por entregar a ela essa comenda, por seu amor por Itapagipe, por Salvador, pela Bahia”, explicou. Nilo exaltou a importância do trabalho realizado por Margareth e disse ainda, que ela “é uma das maiores representantes da Bahia para o Brasil e o mundo”.
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Sobre a homenageada
Margareth Menezes apoiou importantes campanhas sociais, a exemplo do “Carnaval Sem Fome”, que arrecadou alimentos para famílias atingidas pela enchente do Rio São Francisco, em 2007; “Violência Sexual: Quem Não Denuncia Também Violenta”; o Projeto “Lê Pra Mim?” – no qual ela lê um livro infantil para crianças assistidas por instituições filantrópicas – de 2010 a 2016. Margareth ainda é madrinha do Circo Picolino; do Projeto “Para-Praia” – leva ao mar pessoas com mobilidade reduzida; da Legião da Boa Vontade (LBV); Madrinha da Campanha “Fique de Olho – No carnaval de todo mundo, criança não trabalha” – que incentiva denúncias contra exploração sexual e infantil e do Centro de Defesa Criança e Adolescente da Bahia – (CEDECA).
Criada e idealizada pela artista, a Fábrica Cultural tem como principal objetivo se tornar uma referência de instituição social para toda a Península de Itapagipe. A organização já atingiu mais de 10.000 pessoas e famílias da região desde 2004, ano de sua fundação. A entidade ocupa quatro espaços na Península de Itapagipe, com núcleos no Bonfim, na Avenida Beira Mar, Uruguai e Ribeira todos com projetos e ações que atingem crianças, jovens e famílias.


Fabíola Mansur