Capoeirista baiano vence Red Bull Paranauê e se diz surpreso: 'Não acreditei'

Capoeirista baiano vence Red Bull Paranauê e se diz surpreso: 'Não acreditei'

A capoeira, além do esporte, é um dos cartões postais da Bahia para o exterior. Além de referência baiana internacionalmente, o estado agora também tem um dos melhores capoeiristas do mundo: Lucas Dias Ferreira, o Ratto, vencedor do Red Bull Paranauê, no último sábado (28), no Farol da Barra. A competição, vencida pelo baiano, teve competidores do Brasil e de outros países. Ele superou o paulista Arthur Santos “Fiu” na finalíssima do torneio, e recebeu das mãos do Mestre João Grande o troféu de campeão. “Gosto de ressaltar que sou o campeão do momento, da competição, mas não da capoeira, que é de todos. A grande importância de eu ter vencido hoje é que daqui 20 anos ainda vou ter isso na minha memória, porque foi lindo e tudo foi feito com muito carinho”, declarou Ratto. “Sou suspeito a falar, porque passei os três melhores dias da minha vida aqui. Todos estavam dizendo que eu era capaz, meu professor disse que eu ia vencer, e eu não acreditei. E eu ganhei”, emendou.
Da Boca do Rio surge o toque feminino na final do Rede Bull Paranauê, competição que apontou o capoeirista mais completo do mundo e aconteceu neste sábado (28), as 14h30, no Farol da Barra, com entrada gratuita do público. 
Aos 23 anos, Débora ‘Pérolla’ de Almeida superou até o professor ‘Dublê’ para ser a única mulher entre os 16 finalistas, metade deles baianos. 
“Me inscrevi como experiência e conhecimento, afinal, tem muito caras grandes, bons e fortes. Fique em estado de transe quando fui selecionada. Não levei roupa e tinha R$ 2 no bolso”, conta ela. Depois da seletiva baiana, na última quinta, os 16 finalistas ficaram instalados num hotel e passaram por aulas com mestres como Nenel e Jogo de Dentro, ontem.
“É difícil ser mulher no meio da capoeira, porque o machismo impera, como em qualquer outro lugar da nossa sociedade. Mas fui na cara e na coragem”, diz Pérolla, que começou na capoeira aos 8 anos no projeto social Mus-e Brasil, na Boca do Rio, e ganhou o apelido em referência à música Ilê Pérola Negra, de Daniela Mercury.
O vencedor da competição ganhou três dias na academia do Mestre João Grande, em Nova York. Para isso é preciso ser bom nos três toques da luta - regional, angola e contemporânea - perante um corpo de jurados com seis mestres: Nenel, Itapuã, Jogo de Dentro, Virgílio, Paulinho Sabiá e Capixaba,
Os 16 finalistas são: Alisson Vieira “Máscara” (São Paulo), Lucas Ferreira “Ratto” (Salvador), Kleber Santos “Kbeção” (Salvador), Roberto Campos “Roliço” (Amapá), Marcus Vinícius “Anum” (Salvador), Débora Santos de Almeida “Perolla” (Salvador), Nahuel Mingote “Guaxini do Mar” (Salvador), Stenio Almeida “Aranha” (de Aracaju, mas mora nos EUA), Diop Baidy “Caribu” (Bélgica), Antônio da Silva “Black” (de Paulo Afonso, mas mora na França), Eduardo Nunes “Africano” (de Salvador, mas mora na Espanha), Joseph Augusto (São Paulo), Arthur Santos Dias da Cruz (São Paulo), Anderson Cavalcante (Rio de Janeiro), Antônio Ricardo Ribeiro (Rio de Janeiro) e Chipa (Salvador, mora nos EUA, classificado na seletiva de Barcelona)..
O melhor capoeirista do mundo: Lucas Dias Ferreira, o Ratto, vencedor do Red Bull Paranauê, no último sábado (28), no Farol da Barra.