Vida indígenas, o que está acontecendo com eles.


SEMINÁRIO DE LITERATURA INDIGENA.
No link abaixo você encontrará as Normas para a Submissão de trabalhos para serem apreciados pelo Comitê Científico que selecionará os que serão apresentados durante o 1o. Seminário de Literatura Indígena. 
Pedimos a leitura cuidadosa do referido texto para que não haja mal entendidos no ato da submissão.
Aproveitamos para solicitar o empenho de todos e todas no sentido de fazer chegar esta convocação ao maior número de pessoas a fim de que possamos  suscitar na sociedade brasileira uma nova relação de respeito para nossos povos indígenas. A literatura é um bom caminho para construirmos uma sociedade mais democrática e plural.
Boa sorte a todos e todas!
Daniel Munduruku
INDIOS EM BUSCA DE SEUS DIREITOS
Indios da tribo Kiriri se instalaram na madrugada desta segunda-feira (13) em um bairro na zona rural de Caldas (MG). Ao todo 24 indígenas, sendo 19 adultos e cinco crianças, se mudaram para uma área conhecida como Sítio Rio Verde, no bairro Rio Verde.
Os novos moradores vieram do município de Muquém de São Francisco, no interior da Bahia. E desde outubro do ano passado, estavam morando em uma chácara alugada no Sul de Minas. E, somente, nesta madrugada, ocuparam as terras na zona rural de Caldas. Segundo o cacique da tribo, Adenílson de França Santos, a Fundação Nacional do Índio (Funai) está tentando conseguir a documentação definitiva de posse da terra.
“Desde o mês de outubro demos entrada nela. Só que há anos já vínhamos procurando outras [terras]. O documento em Brasília, na Funai, e mandei para cá e tinha informação que essa área aqui estava sem morador nenhum para tomar conta”, disse o cacique da tribo Kiriri, Adenílson de França Santos.
No local, os indígenas pretendem construir uma aldeia que, segundo o cacique, deve abrigar cerca de 60 integrantes da tribo, já que alguns ainda estão na Bahia e devem se preparar para vir para Caldas. Por enquanto, as moradias estão sendo improvisadas, mas a ideia é erguer casas de pau a pique para, inicialmente, abrigar os 24 índios que já estão na cidade.
Lugar bom, que eu não vejo violência e para o lado da minha região é muito perigoso. Aqui é mais sossegado. Então eu achei um lugar mais tranquilos para criar meus filhos e meus parentes e os filhos deles. E tem uma terra boa para a gente tirar um sustento bem melhor, porque lá a gente já não tinha chuva e aqui eu vi que é bem melhor”, disse o cacique.
O cacique disse ainda que conheceu a região depois de passar um tempo na tribo Xucuru Kariri, que já está na cidade há 16 anos. Desde que chegaram ao município, alguns índios já trabalham em lavouras na região. E, assim que instalados na área ocupada, devem produzir os próprios alimentos. Entretanto, eles ainda terão muito trabalho pela frente para transformar o local em uma aldeia.
“A gente vai produzir nesta terra, que é o que mais a gente quer. Produzir, fazer as nossas casas, porque tem nossas crianças, que é o futuro da gente de amanhã ou depois. Nosso objetivo é fazer a implantação de casa de farinha, escolinha para as crianças e seguir a nossa vida, feliz aqui”, contou a índia Roseni Ramos de Souza.
A Polícia Militar disse que foi acionada nesta manhã por um homem que se apresentou como fiel depositário do sítio ocupado pelos índios. No boletim, ele relatou que as terras pertencem ao Governo de Minas Gerais e que ele iria registrar a ocorrência para entrar com um processo de reintegração de posse. A produção da EPTV Sul de Minas entrou em contato com o suposto fiel depositário, mas ele disse que não falaria sobre o assunto.
EPTV também entrou em contato com a Funai, em Brasília, que informou, que o responsável pelo caso é a unidade da Funai, em Governador Valadares (MG). Até a publicação desta reportagem, ninguém do órgão responsável havia retornados os contatos sobre o caso.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) está convocando os povos e organizações indígenas de todas as regiões do país para a maior mobilização nacional do ano – o Acampamento Terra Livre (ATL) que será realizado em Brasília (DF), no período de 24 a 28 de abril de 2017.
O objetivo do acampamento é reunir em grande assembleia lideranças dos povos e organizações indígenas de todas as regiões do Brasil para discutir e se posicionar sobre a violação dos direitos constitucionais e originários dos povos indígenas e das “políticas anti-indigenas” do Estado brasileiro.
"É um movimento de resistência e luta pelos direitos conquistados, de alianças entre os povos e de analisar a conjuntura política e unificação das nações", disse Marcos Sabarú (foto), da coordenação da Apib, ao Circuito Mato Grosso.
Durante a mobilização, que prevê reunir cerca de 1.500 lideranças indígenas, estarão em discussão a desconstrução das instituições e políticas públicas voltadas aos povos indígenas,  as iniciativas legislativas anti-indígenas que tramitam no Congresso Nacional, a tese do Marco Temporal, a negação do direito de acesso à justiça e a criminalização de lideranças.
O acampamento deverá se posicionar sobre a paralização das demarcações e a falta de proteção das terras indígenas, os empreendimentos que impactam os territórios indígenas, as ações do poder judiciário e a situação da educação e saúde indígena.
Ainda de acordo com a Apib, entrarão em pauta a legislação indigenista, os temas da mulher e juventude indígena, além de outros assuntos de interesses do movimento indígena tais como a articulação de parlamentares, advogados e comunicadores indígenas.
A APIB disponibilizará as condições de logística, infraestrutura e alimentação para acolher as delegações, cabendo às associações, comunidades e organizações indígenas procurarem junto a sua rede de apoiadores e parceiros meios de transporte para se deslocarem até Brasília.
A organização avisa os participantes para não esquecerem levar os seus materiais de uso pessoal (creme dental, sabonete, escova de dentes, talheres, colchonete e agasalhos) e, quem puder, materiais de alojamento (barracas, lonas, cobertores, saco de dormir, redes, mosqueteiros etc).