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Cadeia Produtiva do Sisal é tema de encontro em Valente
O Governo do Estado promoveu, nesta segunda-feira (10), no município de Valente, Território do Sisal, o seminário com o tema Diálogos para um novo panorama na cadeia produtiva do sisal.
O evento, realizado na Casa de Cultura, teve o objetivo de dialogar, conjuntamente, o desenvolvimento da cadeia produtiva do Sisal nos territórios e municípios produtores, sobre as perspectivas de novas tecnologias para dinamização da cadeia e construção de um novo panorama, a partir de ações integradas.
O evento é realizado, por meio das secretarias de Desenvolvimento Rural (SDR), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) e de Desenvolvimento Econômico (SDE), em parceria com a Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb), a Fundação de Apoio à Agricultura Familiar do Semiárido da Bahia (Fatres) e o Consórcio Público de Desenvolvimento Sustentável do Território do Sisal (Consisal).
Presente ao seminário, o vice-governador e secretário de Planejamento (Seplan), João Leão, ressaltou a importância do sisal e apresentou as ações realizadas no âmbito da Agenda de Desenvolvimento Territorial da Bahia (AG-TER). Leão também destacou a necessidade de distribuir a renda, que atualmente está concentrada em poucos municípios com maior arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Nós temos um instrumento na Bahia que é o programa Desenvolve, que conceda incentivos fiscais, para que os índices de desenvolvimento econômico aumentem nos municípios com baixos índices”. O vice-governador salientou ainda que além dessa possibilidade, é um fator de desenvolvimento é a utilização da ciência, tecnologia e educação, para trabalhar e produzir.
Para o secretário da SDR, Jerônimo Rodrigues, o encontro deverá ser o início de uma agenda que reúna movimentos sociais, poder público, instituições financeiras e representantes dos produtores, para traçar estratégias para o fortalecimento da cadeia do sisal. “Devemos pensar na cadeia produtiva do sisal, com 90% sendo produzido pela agricultura familiar, do campo ao mercado, cuidando da base produtiva, com assistência técnica, acesso ao crédito e contando com a parceria dos consórcios públicos, prefeituras e Estado, para que, unificados, possamos fortalecer essa cadeia produtiva e ela possa mostrar todo o seu potencial econômico para a Bahia e para o Brasil”.
União e apoio
Iracema de Oliveira Nery, presidente da Apaeb, explica que o sisal é a principal economia dessa região semiárida e vem sofrendo um período de estiagem, que provocou a morte de 75% da plantação. “A Apaeb, com 36 anos de atuação, foi fundada para valorizar essa cadeia produtiva, mas hoje a gente só aproveita 5% do sisal e tem muito mais para aproveitar. Neste momento, em que perdemos quase toda a lavoura, as entidades precisam se unir e buscar o apoio do Estado. Esse encontro serve para mostrar não só a importância do sisal para a região, mas a necessidade de fortalecimento e da busca de soluções para esse problema”.
O assessor da Apaeb, Ismael Ferreira de Oliveira, avaliou positivamente o encontro e ressaltou que para os envolvidos da cadeia produtiva do sisal é importante retomar o diálogo, "porque de um lado tem as associações, cooperativas, fundações, federações, sindicatos e, do outro lado, o Governo, que deve dar o suporte, e os bancos para financiar. Assim, iremos cumprir a missão prevista, através do diálogo, com uma agenda de trabalho e compromissos, a fim de implementar o que foi discutido aqui hoje, possa ser implementado. Temos que pesquisar mais, produzir e comercializar”.
Linha de crédito
Durante o encontro foi anunciada, pelo Banco do Nordeste, a abertura de novas agências do banco na região sisaleira, onde estarão disponíveis, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), uma linha de crédito que prevê recursos para custeio, que pode incluir projetos como limpeza de áreas e colheita, destinados a agricultores familiares e povos e comunidades tradicionais.
Também foi apresentada uma nova máquina desfibradora de sisal, e feito um panorama das ações que estão sendo desenvolvidas pelo Governo do Estado para a cadeia produtiva do sisal, as ações já realizadas nos últimos 10 anos, além de experiências exitosas com o cultivo do sisal e um panorama de crédito rural e novas oportunidades.
Participam da ação representantes do colegiado territorial, consórcios municipais, representantes de organizações sociais, associações, cooperativas, sindicatos de trabalhadores rurais e entidades executoras de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), além de empresas privadas beneficiadoras e exportadoras.
Presenças – O evento ainda contou com a presença do diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação regional (CAR/SDR), Wilson Dias, do gestor da Coordenação Executiva de Pesquisa, Inovação e Extensão Tecnológica (Cepex/SDR), José Tosato, dos representantes da Seagri, Assis Pinheiro e a de SDE, Armindo Miranda, da Fundação de Apoio à Agricultura Familiar do Semiárido da Bahia (Fatres), João Nilton, do Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais no Estado da Bahia (Sindifibra), Wilson Andrade, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Queimadas (STRA),Domicio Araújo, da Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM), Maria Quitéria, do deputado estadual Rosemberg Pinto, dos prefeitos de Valente, Marcos Adriano, e de Lamarão, José Silva, entre outras lideranças políticas da região, dos bancos do Nordeste, Brasil e Ascoob, da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado da Bahia (Fapesb), Sebrae, escolas técnicas e Escolas Famílias Agrícolas (EFAs).