Pai de Gabrielly enfrenta burocracia para conseguir enterrar a filha

Marcado para ser realizado na tarde desta quinta-feira (27), o enterro de Gabrielly Gomes, de 7 anos, foi adiado para amanhã devido à burocracia para a emissão pelo cartório da guia para o sepultamento. Joilson Santana, pai da criança, que estava responsável para resolver a documentação do óbito, disse que teve dificuldade para o cartório expedir o documento para o sepultamento porque o documento que atesta o óbito não tem o carimbo da médica de Salvador. Segundo ele, essa dificuldade prorrogou ainda mais a tristeza e a angústia da família.

“Fui para Salvador esperar esse documento e ele veio sem o carimbo médico. Fui ao fórum e não consegui que liberassem para sepultar. Só sepulta com esse documento. Três meses sofrendo com o desaparecimento de minha filha. Estou em choque com a notícia da morte e enfrentando burocracia para enterrá-la. Estou sem palavras”, disse.

Para tentar resolver a situação, Joilson foi até as autoridades e pediu apoio ao Ministério Público Estadual (MPE). A promotoria entrou em contato com o cartório do 1º Ofício do Fórúm Desembargador Filinto Bastos e assim foi autorizada a expedição do documento. No entanto, em virtude do cemitério funcionar até as 17h, o enterro foi adiado para as primeiras horas da manhã de sexta-feira (28).

Erdenson Giacomose Reis, advogado e amigo da família de Gabrielly, relatou que os familiares da garota ao tomarem conhecimento que o sepultamento não poderia ser feito sem a guia da médica que atestou o óbito, imediatamente procuraram o Ministério Público Estadual. Para ele, faltou sensibilidade do cartório em emitir o documento, uma vez que o caso do desaparecimento e comprovação de morte da criança gerou uma grande repercussão social e nos meios de comunicação.