Correios têm rombos desde 2013, mas estão fora da privatização

Apesar do déficit que os Correios têm tido nos últimos anos, o governo não quer privatizar a estatal agora. A empresa projeta 1 prejuízo de R$ 1,3 bilhão em 2017. Em 2016, o rombo foi de cerca de R$ 2 bilhões; em 2015, de R$ 2,1 bilhões. Desde 2013, a estatal só fecha no vermelho.
O presidente dos Correios, o ex-deputado Guilherme Campos (PSD-SP), disse que a principal medida para a redução de gastos da estatal será uma mudança no pagamento de plano de saúde de funcionários e seus familiares. A empresa também realiza 1 corte de funcionários e 1 PDV (Plano de Demissão Voluntária).
Campos afirmou que, em 2017, os Correios devem gastar R$ 1,9 bilhão com a cobertura de saúde –ou seja, R$ 600 milhões a mais que o deficit da empresa. São 140 mil servidores que recebem o benefício. A proposta da estatal é cortar o pagamento a familiares.
Como funciona o gasto
Atualmente, a estatal paga 93% de cada plano de saúde, enquanto os funcionários pagam 7%. Mas além dos 140 mil servidores (108 mil na ativa e 32 mil inativos), os Correios também estendem a cobertura para os familiares e cônjuges dos funcionários.
Isso, segundo Campos, é o que faz com que o gasto com os planos de saúde seja tão alto. Em 2015, foi de R$ 1,6 bilhão. Cresceu para R$ 1,8 bilhão em 2016 e a previsão é de que custe R$ 1,9 bilhão em 2017.

Esse é o grande responsável pelo deficit“, disse o ex-deputado. “Somado à revolução tecnológica pela qual a sociedade passa, em que 1 serviço como o dos Correios passa por mudanças“, afirmou.
A direção dos Correios negocia com os sindicatos de servidores a alteração no pagamento dos planos de saúde. Desde abril, a negociação tem sido mediada pela Justiça do trabalho, por falta de acordo entre a categoria e a chefia.
O presidente Michel Temer recebeu o presidente dos Correios e o ministro Gilberto Kassab (Comunicações), chefe do PSD, em 23 de agosto. Ouviu a explicação sobre o deficit e foi atualizado sobre a negociação. Disse que pediria à Justiça do Trabalho que apresentasse uma decisão sobre o caso o quanto antes.
Privatização
O governo já recebeu estudos que passam pela privatização dos Correios. É uma das alternativas analisadas caso as mudanças na estatal não deem o resultado esperado. O presidente da empresa diz que a desestatização é “uma decisão de governo, do presidente da República, e não do presidente da estatal“.
Por ora, os Correios não entram no pacote de privatizações do Planalto, que já conta com a Eletrobras, a Casa da Moeda e 14 aeroportos. (Informações do Poder 360).