Tiro que matou estudante em Feira de Santana foi acidental, diz delegado; jovens estavam brincando

A Polícia Civil de Feira de Santana não está tratando como Homicídio doloso (quando há a intenção de matar) a morte do estudante de 14 anos, William Oliveira Ferreira, que foi baleado com um tiro na testa ontem (21), no interior da casa onde morava, povoado do Alecrim Miúdo, no distrito da Matinha.

De acordo com o delegado Fabrício Linard, titular da Delegacia de Homicídios, o adolescente foi fatalmente ferido durante uma brincadeira entre ele e os amigos.

"Eles usavam uma arma de fogo e lamentavelmente a arma disparou e atingiu a vítima na testa. Ele estava com um amigo muito próximo. Eles não tinham inimizades, nem indiferenças, não tiveram discurssões recentes. Ele aparece em um vídeo que foi feito momentos antes do disparo no qual ele manuseia a arma de fogo. Então a gente não consegue imaginar duas pessoas que tenham uma motivação de uma matar a outra, e uma delas confiar de estar em uma residência com a outra pessoa armada. Apuramos essa situação com os amigos de Willian. A arma pertencia ao adolescente que efetuou o disparo. Ele foi até a casa da vítima antes de ir para a escola e Willian fez um vídeo mostrando a arma em tom de brincadeira. Os semblantes deles demonstravam que estavam brincando”, relatou o delegado em entrevista ao Acorda Cidade.

Segundo o delegado, o fato de a vítima não ter passagens pela polícia e de ter sido morta com apenas um disparo chamou a atenção de que poderia não se tratar de um Crime Violento Letal Intencional.

“A primeira sinalização que nos levou a estranhar foi o fato de ter sido um único disparo. Raramente vemos um homicídio consumado com um único disparo. Ocorre, mas é praticamente raro. Ele não tinha envolvimento nenhum com o mundo do crime e o mais provável era que tivesse ocorrido um acidente”, disse.

O delegado informou que um inquérito foi instaurado para apurar o caso e que acredita que o autor não seja internado em uma Comunidade Socioeducativa, mas que deverá responder o processo em liberdade devido a gravidade do fato.

“Vamos concluir as oitivas. Há outras pessoas citadas que foram intimadas para serem ouvidas e vamos encaminhar o procedimento para a Vara da Infância e da Juventude de Feira de Santana para que sejam tomadas as providências cabíveis”, concluiu.