Menino torturado e acorrentado em barril segue internado e deverá ir a abrigo

 

Menino torturado e acorrentado em barril segue internado e deverá ir a abrigo

Criança de 11 anos era amarrado pelo pai com a ajuda da madrasta e da irmã mais velha; todos foram presos

(Foto: Reprodução)

O menino de 11 anos que foi torturado pela família e acorrentado em um barril segue internado no Hospital Municipal Ouro Verde de Campinas, no interior de São Paulo. Ele deverá ser encaminhado a um abrigo assim que receber alta médica.

No último sábado (30), a Polícia Militar (PM) libertou a criança de 11 anos após encontrá-lo acorrentado pelas mãos e pelos pés, preso dentro de um barril de tinta, nu e desnutrido. O pai, a madastra e a irmã mais velha do garoto, suspeitos de praticar os crimes, foram presos em flagrante.

O Conselho Tutelar já acompanhava o caso há, pelo menos, um ano e e vai apurar se houve falha. De acordo com a entidade e o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), visitas à casa onde o menino morava já haviam sido feitas, mas apenas "relatos de fatores de média vulnerabilidade", como brigas, haviam sido confirmada. Não havia relato de maus-tratos, tortura e cárcere privado.

Criança era mantida amarrada em barril pelo pai em Campinas - (Foto: Reprodução)

Denúncia anônima

A PM foi ao local após denúncia anônima de vizinhos. Os agentes, então, foram ao local e entraram na residência. Ao vasculhar o imóvel, encontraram a criança sem roupas, dentro de um tambor de metal fechado com uma pia pesada de mármore. O vídeo do momento em que ele é encontrado mostra que ele mal conseguia se mexer quando foi encontrado.

Segundo a polícia, o menino estava há cinco dias sem comer. Desidratado e desnutrido, o garoto pesa cerca de 25 kgs e, ainda conforme relato dos agentes, ficava debaixo de sol, por longos períodos.

Aos policiais, o garoto disse que, quando sentia fome, comia as próprias fezes. Após responder perguntas, pediu aos prantos para ser adotado porque "não aguentava mais essa vida".

Três pessoas foram presas suspeitas pelo crime de tortura: o pai do menino, a namorada dele e a filha desta mulher. Ainda segundo a polícia, o homem disse em depoimento que o filho é muito agitado, agressivo e fugia de casa. Ele alegou que fez isso, com ajuda da companheira e da enteada, para "educar o menino".

O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Jardim Londres. O garoto foi retirado da casa e, em seguida, levado ao hospital. Ele está sob os cuidados do Conselho Tutelar da cidade.

A Polícia Civil determinou a prisão do pai da criança e, caso ele seja denunciado e condenado, pode receber pena mínima de prisão pelo crime que varia de 2 a 8 anos. Já a namorada e a filha dela, se responsabilizadas apenas pela omissão, podem receber pena de 1 a 4 anos de detenção. Foi arbitrado uma fiança de R$ 5 mil para cada uma das mulheres, mas não há informações sobre os pagamentos.

Menino ficava acorrentado a tambor - (Foto: DIVULGAÇÃO/POLÍCIA MILITAR)

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