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DEU BAHIA NAS OLIMPIADAS COM ISAQUIAS, HEBERT E ANA

Com Isaquias, Hebert e Ana, Bahia tem três ouros em Tóquio. Ana Marcela, também baiana, já havia ganhado o ouro na maratona aquática. Dia do Brasil ainda teve melhor resultado nos saltos ornamentais e derrota no vôlei.

Hebert Conceição acerta golpe durante a final olímpica do peso médio
Hebert Conceição acerta golpe durante a final olímpica do peso médio
Foto: Wander Roberto / COB

As vitórias de Isaquias Queiroz na canoagem, dando fim a uma perseguição ao primeiro lugar no pódio que vinha desde as Olimpíadas do Rio, em 2016, e de Hebert Conceição, que venceu com o brilho de um nocaute na final da categoria peso médio, chamam atenção para a importância da Bahia entre as medalhas de ouro do Brasil em Tóquio.  

Com os dois pódios de hoje, o estado foi responsável por emitir a certidão de nascimento de três  medalhistas dos seis brasileiros que subiram ao lugar mais alto do pódio no Japão. Antes das vitórias de hoje, Ana Marcela, nascida em Salvador, havia vencido a maratona aquática.

A marca ainda pode melhorar, já que amanhã, às 2h45, a boxeadora baiana Bia Ferreira tem a oportunidade de confirmar o favoritismo na disputa ao ouro na categoria peso leve, contra a boxeadora irlandesa Kellie Harrington. E, ainda que o futebol seja coletivo, é evidente que Daniel Alves, maior vencedor da história em número de títulos do futebol mundial, é um símbolo do time e capitão do time comandado por André Jardine, que pode garantir ainda hoje o ouro no futebol masculino. E de onde ele vem? Da Bahia também.

Isaquias Queiroz recebe a medalha de ouro após a conquista na canoagem
Isaquias Queiroz recebe a medalha de ouro após a conquista na canoagem
Foto: Lee Jin-man/AP

A aguardada vitória de Isaquias

Foram cinco anos pensando no título olímpico. No caminho, batizou o filho com o nome de seu algoz, Sebastian (referência ao canoísta alemão Sebastian Brendel, ouro no Rio), perdeu o técnico, vítima de um câncer, e foi campeão mundial na Europa.

Agora, depois de chegar três vezes ao pódio no Rio de Janeiro, o baiano de 27 anos conquistou sua primeira medalha de ouro nos Jogos ao vencer a final da categoria C1 1000m da canoagem, nas Olimpíadas de 2020, no fim da noite desta sexta-feira (horário de Brasília).

A prata ficou com Liu Hao, da China, e o bronze com Serghei Tarnovschi, da Moldávia.

O nocaute salvador

O lugar mais alto de Hebert veio em grande estilo, ao derrotar na final do peso médio (até 75kg) das Olimpíadas de 2020 o ucraniano Oleksandr Khyzhniak. Para faturar a medalha de ouro, o pugilista de Salvador, que havia perdidos os dois primeiros rounds da luta, precisava nocautear o rival no terceiro. E conseguiu quando, a 1min29 do fim, acertou um cruzado demolidor, que entrou para a história do boxe nacional. 

“É indescritível ser campeão. A ficha ainda não caiu, ainda mais da forma que foi. Foi surpresa para muita gente, mas não para mim. É uma gratidão representar o meu país e a Bahia”, disse o novo campeão olímpico do boxe brasileiro. "Eram 3 minutos para mudar a cor da medalha. A trocação era loteria, mas não tinha nada a perder. Foi muito bom que consegui o nocaute”, relatou.

Na hora da glória, uma lembrança importante

Em comum nas declarações de Isaquias e Hebert após suas respectivas vitórias esteve a lembrança de que o momento ainda é de dividir a felicidade com quem tem sentido muita dor. Ambos dedicaram suas vitórias às pessoas que sofreram com a pandemia de Covid-19.

"A medalha é para todos os brasileiros, a pandemia devastou muitas famílias. Tem muitas pessoas tristes, que perderam parentes e empregos. Espero ter dado um breve sorriso a vocês, que esse momento caótico passe, para voltarmos ao normal"

Hebert Conceição
Hebert Conceição comemora a conquista do título olímpico no boxe em Tóquio
Hebert Conceição comemora a conquista do título olímpico no boxe em Tóquio
Foto: Wander Roberto / COB

"Prometi para vocês que eu ia ganhar. O Brasil passou por muitos desafios ao longo desses anos, Covid, dedico muito a todas famílias que perderam entes queridos"

Isaquias Queiroz

O dia do Brasil nos jogos

Dia histórico nos saltos ornamentais

Kawan Pereira está marcado na história da plataforma de 10m dos saltos ornamentais. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, sua primeira Olimpíada, o brasileiro disputou a final e terminou no 10º lugar, o melhor resultado do Brasil na modalidade. E olha que ele só tem 19 anos.

Após seis saltos realizados na final, o piauiense terminou com 393.85, um pouco menos do que tinha feito na semifinal (400.40). “Foi um ano de altos e baixos. Tive uma lesão no pé um mês e meio antes de vir para cá. Foi difícil, mas consegui.”

"Foi um ano de altos e baixos. Tive uma lesão no pé um mês e meio antes de vir para cá. Foi difícil, mas consegui."

Kawan, após melhor desempenho do Brasil na história da modalidade
Kawan Pereira, 1º brasileiro a chegar na final dos saltos ornamentais
Kawan Pereira, 1º brasileiro a chegar na final dos saltos ornamentais; ele ficou em 10º lugar
Foto: Dmitri Lovetsky - 7.ago.2021/AP

Os medalhistas de ouro deste sábado

Time masculino de vôlei sai de Tóquio sem medalha

A seleção brasileira masculina de vôlei sai sem medalhas das Olimpíadas de 2020, algo que não acontecia desde os Jogos de Sydney-2000. Na disputa pelo bronze contra a Argentina, perdeu por 3 sets a 2 neste sábado (7), com parciais de 25/23, 20/25, 20/25, 25/17 e 15/13. 

O desfecho de Tóquio repete o das Olimpíadas de Seul, em 1988, quando o Brasil também perdeu o clássico sul-americano na definição do terceiro lugar, e quebra uma sequência de conquistas da seleção brasileira nos Jogos.

Depois de ficar sem medalhas em 2000, o Brasil foi finalista em todas as edições seguintes dos Jogos: conquistou o ouro em Atenas-2004 e no Rio-2016 e foi prata em Pequim-2018 e Londres-2012.

"A primeira coisa é o sul-americano daqui poucos dias. Depois disso temos que sentar pra ver. Ver os planos e começar a pensar no novo ciclo. Com certeza podem haver mudanças. Mas o momento é de muita cautela. Precisamos conversar com a CBV, depois ver com os jogadores e se preparar"

Renan Dal Zotto, treinador brasileiro, sobre o futuro da seleção
Brasil e Argentina no vôlei masculino
Conte foi um dos melhores da Argentina na vitória sobre o Brasil na disputa pelo bronze
Foto: Frank Augstein/AP

Dream Team é ouro sem fazer sonhar

Os Estados Unidos, quase se desquitando do apelido de Dream Team, confirmaram as expectativas e conquistaram o ouro no basquete masculino nas Olimpíadas de 2020. O time americano venceu a França, neste sábado (7), por 87 a 82. É o primeiro tetra do basquete americano desde 1968. Com o elenco clamorosamente mais qualificado do torneio, deu a lógica, mas sem tanta arte.

Kevin Durant (EUA) e Moustapha Fall (França)
A França, de Moustapha Fall, não facilitou para o time de Kevin Durant na final do basquete masculino em Tóquio
Foto: Charlie Neibergall/AP

A França superou o time americano em rebotes e assistências, fez mais pontos no último período e, em suma, a melhor partida que era possível. Os campeões dos Estados Unidos entram para a história olímpica sem parágrafos mágicos. Fizeram “só” o suficiente.  

Durant, claro, foi o principal marcador, com 29 pontos. Jayson Tatum marcou 19, enquanto Holiday e Lillard marcaram 11. Na França, destaque para Fournier e Gobert, com 16 pontos, e De Colo, que marcou 12. Nenhum atleta fez um duplo-duplo: o jogo foi equilibrado o suficiente para não haver performances muito dominantes. Nem individuais nem coletivas.

 

 

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