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Crianças sempre estiveram vulneráveis a violencia com resultado de morte. Esta semana três casos abalaram as estruturas das famílias que se sentem ameaçados pela violência com seus filhos. Araci, santa Catarina e São Paulo foram manchetes nos jornais nesses dias.
6 de abril de 2023 - Em ação conjunta da Polícia civil de Araci, sob coordenação do Coordenador Regional Fabio Nobre, DPC Hidelbrando Alves da Silva e Daniel Tuhy e a SOINT da Polícia Militar foram feitas diligências em busca da criança Alice de 06 anos de idade desaparecida desde as 15:00h do dia 05/04/2023 e após investigação chegou até ao adolescente G que confessou o crime tendo enforcado e enterrado a criação em um terreno atrás de sua residência.
5 de abril de 2023 – Quatro crianças foram mortas e uma está gravemente ferida depois que um homem invadiu a Creche Bom Pastor, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, armado com um machado.
27 de março de 2023 – Quatro professoras e dois estudantes ficaram feridos depois que um aluno de 13 anos entrou na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, armado com facas e uma tesoura. Uma professora ferida a faca pelo adolescente morreu no hospital.
A identificação das quatro vítimas do ataque a uma creche em Blumenau foi confirmada pela Polícia Civil. Todas eram alunos da unidade de ensino e tinham idades entre 4 e 7 anos. As informações foram repassadas pelo delegado-geral Ulisses Gabriel e pelo Corpo de Bombeiros à reportagem da NSC.
Bernardo Cunha Machado - 5 anos
Bernardo Pabest da Cunha - 4 anos
Larissa Maia Toldo - 7 anos
Enzo Marchesin Barbosa - 4 anos
A média é de dois casos por mês. O saldo desse tipo de violência são sete mortes até agora.
Somadas as quatro crianças assassinadas em uma creche em Blumenau ao saldo de vítimas apurado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), esses atentados resultaram em 40 mortes em uma década.
De acordo com o estudo, a partir de agosto do ano passado houve uma explosão de violência contra alunos e professores em escolas brasileiras, com a verificação de praticamente o dobro de ocorrências por mês.
No período anterior abrangido pela pesquisa, de julho 2002 até julho de 2022, foram contabilizados 13 ataques, o que equivale a pouco mais de um episódio a cada dois meses.
Na comparação com os resultados dos últimos oito meses – agosto a março, a média é superior a um caso por mês. Foram nove ataques em oito meses, com sete vítimas fatais.
Mais polícia
Depois do ataque da semana passada na escola da Vila Sônia, na capital paulista, o governo de São Paulo anunciou a presença mais ostensiva de policiais militares dentro das instituições de ensino.
No dia 27 de março, um adolescente de 13 anos colocou em prática um plano que ele vinha anunciando nas redes sociais e invadiu a escola Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, armado com facas e uma tesoura.
Por volta das 7h, ele invadiu uma área reservada e feriu quatro professoras e dois estudantes. A professora Elisabete Tenreiro, 71 anos, morreu no Hospital de Clínicas. Nos dias que se seguiram, a polícia paulista registrou sete situações de violências em escolas estaduais, como ameaças e porte de armas e simulacros de armas por alunos.
Para o secretário nacional dos Direitos da Criança e Adolescente, Ariel de Castro Alves, aumentar o policiamento não ajuda a prevenir esse tipo de ataque a escolas.
“Precisamos ver com certa cautela esse tipo de medida, assim como ter detectores de metais em todas as escolas. A educação não pode estar vinculada à repressão. É necessário tratar com certa cautela essas situações para que a gente não tenha também abusos e maiores violências, inclusive casos que possam ser de violência policial. O que precisamos é de medidas para investigar essas situações logo que elas acontecem”, alertou Alves.
Para o grupo de estudos da Unicamp/Unesp, que não incluiu na análise do massacre de Blumenau, o ataque à escola paulista segue um padrão, de meninos ou homens, quase sempre brancos, atraídos por discursos de ódio e racismo dentro de grupos da internet, conforme explicou Cleo Garcia, mestranda em educação na Unicamp e especialista em justiça restaurativa.
“Discurso de ódio, misoginia principalmente, talvez baseada em baixa autoestima, em ter sido rejeitados por meninas, mas todos eles têm um discurso muito forte contra meninas. Outra coisa é essa questão de frequentarem esses chats que fazem especificamente discursos de ódio voltados para esse público. Fazem a cooptação e o engajamento desses adolescentes”, defende a mestranda.
Já o secretário dos direitos da criança e do adolescente chama a atenção para a necessidade de haver nos currículos escolares conteúdo a respeito de cultura de paz e direitos humanos para prevenir as situações de violência dentro das escolas.
Resposta armada ataques
Renan Theodoro de Oliveira, mestre em sociologia e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP), prefere não associar diretamente os casos ocorridos no Brasil com o histórico de massacres em escolas nos Estados Unidos.
Mas aponta três fatores para uma reflexão: escola, suicídio e aceitação da violência para a resolução de conflitos.
“Isso acontece lá há muito tempo. Há pelo menos 30 anos notícias sobre isso naquele país são divulgadas aqui. A grande pergunta é porque isso começa a acontecer no Brasil?”.
Nos Estados Unidos, informações do K-12 School Shooting Database, projeto que investiga casos de violência envolvendo armas de fogo no país, mostram que ocorreram 89 tiroteios somente neste ano em escolas. Em 2022, foram 303 ocorrências, a maior incidência desde 1970.
Tiros na escola
Dez ataques mais violentos
5 de março de 2023 – Quatro crianças foram mortas e uma está gravemente ferida depois que um homem invadiu a Creche Bom Pastor, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, armado com um machado.
27 de março de 2023 – Quatro professoras e dois estudantes ficaram feridos depois que um aluno de 13 anos entrou na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, armado com facas e uma tesoura. Uma professora ferida a faca pelo adolescente morreu no hospital.
25 de novembro de 2022 – Duas professoras e uma estudante foram mortas e outras 16 ficaram feridas a tiros durante a invasão à Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti e ao Centro Educacional Praia de Coqueiral, em Aracruz, no Espírito Santo. Os atentados foram cometidos por um estudante de 16 anos, filho de policial ligado a células neonazistas que atuam no recrutamento de simpatizantes no país e usam a internet para disseminar ideias supremacistas e de ódio racial. A pesquisadora da UFMG, Flávia Leonardo, 38 anos, que lecionava sociologia na Escola Primo Bitti e integrava o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da UFMG (Gesta) sobre as comunidades afetadas pelo desastre da mineradora Samarco, em novembro de 2015. Ela estava entre os feridos e morreu no hospital. As outras vítimas fatais foram as professoras Maria da Penha Banhos, 48 anos, e Cybelle Bezerra, 45. A estudante Selena Zagrillo, 12 anos, foi morta no Centro Educacional.
5 de outubro de 2022 – Com uma arma que pertencia a um CAC, um aluno de 15 anos atirou contra três colegas da mesma idade dentro da sala de aula na Escola Estadual Professora Carmosina Ferreira Gomes, em Sobral, no Ceará. Um dos três feridos morreu.
26 de setembro de 2022 – Um adolescente de 14 anos fez disparos contra colegas dele em uma escola de Barreiras, no Oeste da Bahia. Os tiros atingiram Geane da Silva Brito, de 19 anos, que era cadeirante e morreu no atentado. A atirador foi ferido.
6 de maio de 2022 – Três alunos de 14 anos foram esfaqueados na Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, no Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. As vítimas sobreviveram. O agressor estudava na mesma turma que os feridos e chegou a gravar o atentado.
4 de maio de 2021 – Três crianças e duas funcionárias de uma escola infantil de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, foram mortas em um dos mais violentos atentados contra escolas do país até o massacre desta quarta-feira, 5, na creche de Blumenau. Armado com um facão e facas de caça, o assassino fez um ataque continuado no interior da creche, indo de sala em sala em busca de vítimas. Em meio à fúria, o assassino de 18 anos, que não tinha ligação com a escola, desferiu golpes contra o próprio corpo, foi contido e levado a um hospital. No ataque foram mortas a professora Keli Adriane Aniecevski, que conseguiu isolar várias crianças em uma sala para protegê-las do agressor, a agente educativa Mirla Renner, de 20 anos.
7 de novembro de 2019 – Dois alunos de 17 anos foram feridos a tiros no ataque à escola Escola Estadual Orlando Tavares, no distrito de Ponto do Marambaia, em Minas Gerais. O agressor era um aluno que faltou à aula, pulou o muro e fez disparos através da porta da sala contra os colegas.
19 de setembro de 2019 – Um professor foi ferido a faca por um estudante de 14 anos no interior da escola municipal Centro Educacional Unificado (CEU) Aricanduva, na Zona Leste da cidade de São Paulo.
13 de março de 2019 – Sete pessoas foram mortas a tiros no ataque feito por Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP). As vítimas fatais foram cinco alunos e duas funcionárias do colégio. Após os disparos contra as vítimas, um dos criminosos atirou no comparsa e se matou. A dupla havia matado um comerciante da região antes do atentado à escola. ataques
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