Visão, coragem e determinação formam a Cavalaria de Feira de Santana

“Se não tens o olhar de águia, a coragem do leão e a velocidade do raio, não és digno de pertencer ao furacão da cavalaria”. Esse é o lema que guia o trabalho do Esquadrão de Polícia Montada de Feira de Santana, que celebra neste 10 de maio, o Dia da Arma de Cavalaria. 

Foto: Reprodução/Instagram

A data é celebrada em homenagem ao Patrono da Cavalaria do Exército Brasileiro, Manuel Luís Osório, que lutou aos 14 anos na Guerra de Independência do Brasil. 

No trabalho da Cavalaria de Feira de Santana além de levar segurança ao cidadão, as equipes atuam com a equoterapia e ações sociais que contribuem com a sociedade feirense. 

Cavalaria da polícia militar
Foto: Arquivo Pessoal

No ano de 2023, a sargento Nívia, foi transferida do rádio patrulhamento em Salvador para atuar na Cavalaria de Feira de Santana. Em 20 de novembro de 2023, ela adentrou no curso de tropa montada para desenvolver habilidades com o corpo, a mente e uma série de competências que vão sendo adquiridas ao longo de dois meses de ensinamentos. 

Cavalaria da polícia militar
Sargento Nívia | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ao Acorda Cidade ela revelou detalhes do aprendizado, além de ressaltar que em quase 10 anos da cavalaria, ela se tornou a primeira mulher a realizar o curso. 

“Nesses dois meses a gente aprende as andaduras do cavalo, eu faço trote, o galope, e todos os policiais têm a oportunidade de vivenciar experiências que vão agregar esses conhecimentos, e foi o meu caso, como lotada na unidade, eu queria aprender, viver esse mundo, e aí fui fazer o curso e terminei sendo a primeira mulher lotada na cavalaria de Feira de Santana a ter o curso de tropa montada”.

Cavalaria da polícia militar
Foto: Arquivo Pessoal

Para a sargento Nívia, montar é sempre um desafio que ela aprende cada vez mais a superar. Recentemente, quando estava de serviço na cidade de Biritinga, avistou um solípede (um cavalo cuja pata possui um único casco) e já se encantou para montar no animal. 

“Não era um cavalo de cavalaria, mas a gente começa a ter o gosto por esse animal, pelas experiências que ele nos proporciona. Eu subi, dei uma volta, isso dá uma tranquilidade, com certeza para o policial militar executar o policiamento com eficiência, com eficácia, com dedicação. As surpresas sempre vão acontecer, porque a gente trabalha com o ser vivo e é preciso respeitar esse animal, entender que ele faz parte desse nosso movimento, são dois seres vivos”, destacou. 

Cavalaria da polícia militar
Foto: Arquivo Pessoal

O major Anderson Santos Rodrigues, comandante do Esquadrão, ressaltou ao Acorda Cidade a importância da data para reviver campanhas importantes da época colonial, que marcam a história das forças de segurança brasileiras. 

“Essa data é comemorada em todo o país com muita festa, com muita alegria dentro das tradições heráldicas e nós temos em homenagear os heróis de tempos passados e celebrar também claro a festa ao cavalo”, disse. 

Cavalaria da polícia militar
Major PM Rodrigues | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Segundo o major, a Cavalaria é uma unidade especializada das polícias militares que exige o domínio de técnicas para efetuar o policiamento através do domínio do animal e da execução correta do exercício. Em Feira de Santana, o curso da tropa montada já está em sua 24ª edição. 

“Temos uma turma de 15 policiais. Inclusive, a grata satisfação de recepcionar um policial militar representante do estado do Maranhão, dois policiais da cidade de Itabuna também e os demais aqui de Feira de Santana e região. Mas é feita uma seleção específica, esses policiais são submetidos a avaliação médica, é um teste físico e um teste de habilidade específica sobre o cavalo. A habilidade segue requisitos muito restritos da atividade que envolvem a questão da confiança do domínio, do controle correto do animal e execução de alguns exercícios específicos”, explicou o major. 

Para o Major, a cavalaria é uma modalidade de policiamento muito versátil, mas também ostensiva. O policial que atua na área é muito respeitado pelas pessoas, mas também por toda a sociedade que dá credibilidade ao trabalho desenvolvido pela corporação. 

“A gente consegue através do emprego desse animal ter uma ostensividade, de ser visto de muito longe a presença do cavalo, a robustez que ele apresenta também acaba por intimidar qualquer tipo de delito naquela região. O policial montado é muito respeitado tanto por crianças, quanto adultos, idosos. Temos ainda a possibilidade de empregar o animal em solenidades, celebrações e por que não dizer com a equoterapia”, destacou. 

cavalaria
Foto: Mateus Pereira/GOV-BA

Para quem faz os dois meses de formação o desenvolvimento é relativo a cada pessoa, como explicou o major Anderson. 

“A gente precisa antes de mais nada gostar do animal, gostar do cavalo, em algumas pessoas despertam emoções diferentes. Há pessoas que se apaixonam, outras têm medo pelo porte, mas é um animal de maneira geral muito dócil, é um animal que atrai e acaba trazendo muita paz de espírito, então quem sobe no cavalo se apaixona”. 

Nos desafios do policiamento e com a cavalaria, o major ainda destacou que um dos aspectos desafiadores é manter as tradições e respeitar o legado de gerações. 

“Um desses desafios é manter as nossas tradições. No sertão baiano, é muito simples, talvez para os moradores e os residentes entender a importância do cavalo para nossa cultura, entretanto a questão da modernidade faz contestar esses benefícios e essas necessidades. Essa luta é manter viva a tradição da cavalaria”. 

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