- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
OPERAÇÃO DRAGÃO DA POLICIA FEDERAL
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA GERAVA PROPINA EM ESPÉCIE COM CONTRATOS FICTÍCIOS. EMPREITEIRAS ESTAVAM ENVOLVIDAS COM O ADVOGADO RODRIGO TACLA DURAN
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA GERAVA PROPINA EM ESPÉCIE COM CONTRATOS FICTÍCIOS. EMPREITEIRAS ESTAVAM ENVOLVIDAS COM O ADVOGADO RODRIGO TACLA DURAN
O principal alvo da 36ª fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira, 10, o advogado Rodrigo Tacla Duran, usava seu escritório de advocacia para gerar propina em espécie para empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobrás, como a Odebrecht, UTC e Mendes Jr. Batizada de Operação Dragão, Duran foi alvo de um dos dois mandados de prisão preventiva expedidos pelo juiz federal Sérgio Moro. O alvo ainda não foi preso e está desde abril nos Estados Unidos.
Além de Tacla Duran, a nova fase da Lava Jato mira o lobista e operador de propinas Adir Assad – preso e condenado na Lava Jato, em outro processo. Os dois teriam gerado mais de R$ 50 milhões de propinas entre 2011 e 2013 para essas empresas, usando contas secretas no exterior, em nome de empresas offshores, e uma rede de doleiros.
“Rodrigo Tacla Duran foi responsável por lavar dezenas de milhões de reais por meio de empresas controladas por ele, como a Econocell do Brasil, TWC Participações e Tacla Duran Sociedade de Advogados. Diversos envolvidos na Operação Lava Jato se valeram das empresas de Duran para gerar dinheiro e realizar o pagamento de propinas”, afirmou o procurador da República Julio Motta Noronha, da força-tarefa da Lava Jato.
A UTC, do delator Ricardo Pessoa, repassou R$ 9 milhões no período, em contratos simulados de prestação de serviços de advocacia. A Mendes Jr – que negocia um acordo de colaboração, até aqui sem sucesso – repassou R$ 25 milhões.
No caso da Odebrecht, a força-tarefa tem as provas de que valores do Setor de Operações Estruturadas, o chamado “departamento da propina”, foram repassados de contas de offshores do grupo para contas de Tacla Duran, também, no exterior. “Por meio dessas (contas), ele disponibilizada recursos para doleiros e estes, como Adir Assad, pudessem gerar recursos no Brasil, que eram utilizados para os pagamentos de propina”, explicou o procurador.
A primeira que a operação aponta novamente para um quadro de corrupção sistêmica de lavagem de dinheiro contínua. Não estamos falando aqui de um ato de corrupção isolado ou de lavagem isolado. Há evidência que esses operadores financeiros atuavam de forma contínua e prolongada na lavagem de dinheiro, fazendo disso a sua profissão”, afirmou Noronha.
“Fizeram da lavagem de dinheiro a sua profissão. Atividade criminosa não é profissão. O Estado não pode tolerar que pessoas façam da atividade criminosa a sua profissão.”
OAB. Para o procurador da República Roberson Pozzobon, “nenhuma profissão está isenta de profissionais que se desviam do correto e praticam ilícitos”.
Num dos contratos fictícios entre a UTC e o escritório de Tacla Duran, o advogado tinha como serviço a consulta processual simples, que justificaram repasses milionárias. Foram centenas de documentos em que ela (Tecla) certificava que a UTC não era parte do processo. Bastava consultar pelo nome da parte. Esses contratos não tinham finalidade alguma, a não ser lavar o dinheiro”, explicou Pozzobon. “É uma lavagem mais sofisticada e de difícil identificação.”
Os conselhos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanham operações da polícia realizadas em escritórios de advocacia, principalmente para zelar pelas prerrogativas garantidas à categoria, mas também para que depois possam tomar as providências no âmbito administrativo disciplinar. (AE)
O Ministério Público Federal informou nesta quinta-feira, 10, que os dois alvos da Operação Dragão, 36ª fase da Lava Jato deflagrada hoje, Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran foram responsáveis por lavar mais de R$ 50 milhões para empresas investigadas no esquema. O juiz federal Sérgio Moro expediu mandado de prisão preventiva contra Adir Assad.
O Ministério Público Federal disse nesta quinta-feira que os alvos da 36º fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta manhã, fizeram do crime sua profissão. Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran são responsáveis pela movimentação de dinheiro sujo, oriundo principalmente de relações criminosas entre empreiteiras e empresas sediadas no Brasil com executivos e funcionários da Petrobras. Contas bancárias em nome de offshores no exterior, empresas de fachada e a celebração de contratos falsos eram os recursos usados para lavar o dinheiro ilícito.
“Há evidências de que eles atuaram de forma contínua, fazendo disso a sua profissão. Fizeram da lavagem de dinheiro sua profissão. Atividade criminosa não é profissão. O Estado não pode tolerar isso.”, afirmou o MPF em coletiva de imprensa nesta quinta.
De acordo com os procuradores, Duran trabalhou por dois anos no setor de Operações Estruturadas da empreiteira Odebrecht. Segundo revelações feitas por colaboradores que fecharam delação premiada, o advogado administrou contas fora do país.”Ele administrava mais de doze contas em nome de offshores e recebeu mais de 12 milhões de dólares nessas contas”, afirma a força-tarefa.
LEIA TAMBÉM:
Para a força-tarefa da Lava Jato, Duran era o elo entre agentes públicos e empreiteiras. “Rodrigo Tacla Duran era o elo entre os dois contextos criminosos, ele transitava entre os corruptores e os corrompidos e, justamente por isso, as provas colhidas em suas empresas são importantes. Ele faz a interface entre quem corrompe e quem é corrompido”, afirmou o procurador Roberson Henrique Pozzobon.
Há um mandado de prisão preventiva aberto contra o advogado, que está fora do país desde abril. Segundo os procuradores, ele viajava com frequência para o exterior e tem cidadania espanhola. Outro alvo da operação é o lobista Adir Assad, que já está preso na carceragem da PF, em Curitiba. “Era uma confraria criminosa”, afirmou a força-tarefa.
De acordo com o MPF, Duran foi responsável por lavar milhões de reais para empreiteiras envolvidas na Lava Jato. “A UTC revelou provas de que celebrou contratos de 56 milhões de reais com o escritório de advogacia de Tacla Duran. Foram sobrevalorizados ou inexistentes e resultaram num retorno de recursos de 35 milhões de reais”, afirmou Pozzobon.
Os procuradores também condenaram a tentativa dos deputados de anistiar a prática de caixa dois. “É preciso destacar que caixa dois é crime. Caixa dois é produto de crime e vem da prática de lavar dinheiro. O Brasil precisa dar um recado a essas pessoas. É a mensagem de que eles precisam ter medo de praticar esses delitos, pois eles virão à tona cedo ou tarde e eles serão responsabilizados”, afirmou Pozzobon.
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos