Antônia Lúcia lança a obra literária "A História das Expressões e Manifestações Culturais de Monte Santo".

A solenidade de lançamento da obra literária A História das Expressões e Manifestações Culturais de Monte Santo, realizada no último dia 19 de junho de 2025, sob os pés do desfiladeiro da Santa Cruz, coberta por uma noite chuvosa, no Centro de Lazer Dona Amélia Andrade, Monte Santo - BA, consolidou-se dentro de uma programação arraigada de apresentações da cultura popular e de vários representantes vindos de Santa Luz, Araci, Salvador e Alagoinhas, o que tornou aquela noite mágica e encantadora. 

Esteve na condução do evento o escritor, produtor cultural e radialista Luís Santana, que o conduziu com maestria.  

A formação da mesa esteve bem representada por referências do fazer cultural, da gestão cultural do município, de artistas do território do Sisal e do Conselho Estadual de Cultura.  

O Hino de Monte Santo, entoado pelo músico Paulo Henrique Jesus Silva, trouxe emoção à solenidade, que, em seguida, contou com a apresentação do Ponto de Cultura Cultura e Diversidade, antecedendo as falas de Maurinha, representante do Ponto de Cultura Cultura e Diversidade, e de Maria Olívia Dantas, diretora da Escola do Quilombo de Laje do Antônio. 

Indicada para falar, Maurinha Santana dos Santos, com tão honrosa apresentação, presenteou-me com uma linda poesia que ressaltou pontos centrais da minha luta em defesa da cultura popular. Logo em seguida, Maria Olívia destacou a importância da obra literária, que traz os registros das manifestações culturais, viabilizando a visibilidade das tradições que antes viviam na obscuridade.  

Contextualizando a história dos mestres da sanfona e do resgate da banda de pífanos de Engorda e Lagoa do Saco, foi convidado para uma pequena apresentação o grupo Caatingueira, de Justino de Souza Brito. Em seguida, o cacique Mário Cândido de Oliveira proferiu seu discurso, destacando a importância do trabalho de fortalecimento da cultura de Monte Santo, celeiro cultural.

Na sequência, o acordeonista Belmiro Fagundes dos Santos fez sua apresentação, trazendo o forró de Pedro Sertanejo. Continuando a programação, o anfitrião convocou para falar o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Gilmar de Faro Teles, que, em sua explanação, ressaltou minha luta em defesa dos direitos culturais de Monte Santo no estado. Em seguida, Nelci Lima da Cruz, historiador e escritor de Santa Luz, relembrou os eventos em que participou aqui em Monte Santo, presenciando os sanfoneiros tocarem, e recordou a passagem de Luiz Gonzaga por essa terra, bem como a de Virgulino. Demonstrou também sua gentileza ao atender ao meu pedido de participar da mesa desse lançamento e, ao despedir-se, nomeou-me pela segunda vez — depois do evento de 20 de janeiro, ocorrido na Praça São Sebastião — como "A Rainha da Cultura".  

Após a fala de Nelci, foi convidado a falar o Sr. Elielson Evangelista de Souza, radialista e geógrafo de Santa Luz, que destacou a importância da obra literária, que registra a história das manifestações culturais e servirá para pesquisa e memória cultural do município. Ao finalizar sua fala, parabenizou-me pela obra e dirigiu-se ao público, sugerindo o aproveitamento dela. Também compondo a mesa, o Sr. Adailton da Silva Carvalho, coordenador de Cultura de Monte Santo, expressou suas palavras e, entre outros apontamentos, destacou a importância que Antonia tem para a cultura de Monte Santo, sendo ela a líder da luta pelo direito cultural que ocorreu com o recurso da Lei Aldir Blanc, em 2020. Na sequência, o vereador Emicleiton Rubem da Conceição falou sobre meu esforço pelo levante da cultura e comprometeu-se, perante os presentes, a unir forças comigo para lutarmos pelo fortalecimento da cultura.

Feitas as falas da mesa, chegou o meu momento. Saudando, em primeiro lugar, meus queridos pais, Euzébio e Matilde, e minha filha Ana Cristina, que muito me honraram com suas presenças — um pedido incessante que eu fazia a Deus no percurso dessa caminhada, o de tê-los partilhando desse momento comigo. Assim, bem acompanhada, expus a intenção genuína de trazer à frente essa obra literária, que carrega o legado da resistência dos mestres e mestras da cultura. Ela nasceu justamente com a intenção de dar nome a esses mestres e mestras, de reconhecê-los e valorizá-los a partir do registro de suas histórias. Ressaltei também a resistência da cultura popular, que sobrevive com quase nada, e que a herança artística dos saudosos antigos detentores do saber vem sendo resgatada com a força ancestral que se encarrega de fazer tudo acontecer. Finalizando minha fala, passei a palavra à minha filha, Ana Cristina de Jesus Dias, de 9 anos, que, em suas doces e gentis palavras, me homenageou e encarregou-se também de agradecer a todos os fazedores e fazedoras de cultura que estavam ali e que me apoiavam, invocando a proteção divina sobre todos. 

Concluídas as falas, a programação seguiu com os autógrafos desta escritora, momento em que tive a assessoria de minha madrinha, Maria do Carmo de Souza Rodrigues. O evento continuou embalado pelas apresentações do grupo Xique-Xique e do Caatingueira.

Finalizando esse registro histórico, que marcou mais um capítulo da minha trajetória, quero estender minha gratidão a todos os que estiveram presentes e foram parte dessa celebração grandiosa.

Minha gratidão a todos os membros da mesa, à dedicação do anfitrião, ao Ponto de Cultura Peleja Sertaneja e ao Ponto de Cultura Cultura e Diversidade.

Não estando presente fisicamente, por motivos superiores, elevo meu reconhecimento ao presidente da Academia Brasileira de Letras, Arte e Ciências da Caatinga, Robson Rodrigues, pelo apoio e colaboração.

Também expresso minha gratidão ao  Mestre Neiao Filho,  Luan Santana e ao locutor Silvanio Trindade.   

Aos presentes, Sheila Brasileiro, Antropóloga

Ao poeta Agenor e a  filha Marcilaine, minha irmã do coração. 

Viva aos mestres da cultura popular!

Viva a cultura de Monte Santo!

Por Antônia Lúcia Barbosa

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